Vale tem menor geração de caixa no segundo trimestre e lucro recua 23%

Mineradora teve impactos de preços mais baixos do minério de ferro e de itens não recorrentes; ‘estamos entregando redução de custos ao mesmo tempo em que construímos uma maior resiliência’, disse o CEO Gustavo Pimenta em documento

Vale
31 de Julho, 2025 | 08:29 PM

Bloomberg Línea — A Vale (VALE3) registrou um lucro líquido de US$ 2,1 bilhões no segundo trimestre, o que representou uma queda de 23% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informou a companhia nesta noite de quinta-feira (31) em balanço enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No critério de lucro líquido atribuído aos acionistas pró-forma, houve avanço de 6%, para US$ 2,1 bilhões, enquanto o lucro líquido atribuível recuou 24% na mesma base.

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No período, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado acumulou US$ 3,38 bilhões, retração de 15% sobre igual intervalo de 2024.

No critério pró-forma, que exclui despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho e itens não recorrentes, a queda foi de 14%, totalizando US$ 3,4 bilhões, devido principalmente à retração de 13% nos preços de referência do minério de ferro, informou a companhia.

No trimestre, o preço médio realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 85,1 por tonelada, “em linha com a queda nos preços de referência do minério de ferro”, destacou a empresa no documento.

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Já a receita líquida alcançou US$ 8,8 bilhões no trimestre, uma queda de 11% na mesma base de comparação.

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“Entregamos mais um trimestre sólido, refletindo nosso foco na excelência operacional e na disciplina de execução, seguindo no caminho certo para cumprir nossos guidances de 2025“, disse o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, no documento.

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“Conforme avançamos na nossa estratégia de fortalecimento do nosso portfólio flexível de produtos, estamos entregando redução de custos ao mesmo tempo em que construímos uma maior resiliência, que nos ajudará a navegar bem em qualquer cenário de mercado”, completou o executivo.

Segundo o balanço, o chamado “custo caixa C1″ (desde a mina até o porto, excluindo frete) de finos de minério de ferro (excluindo compras de terceiros) recuou 11% em relação ao ano anterior, para US$ 22,2 por tonelada, o quarto trimestre consecutivo de redução ano contra ano.

Metais para transição energética

O Ebitda do cobre cresceu 53% ano contra ano, totalizando US$ 538 milhões no segundo trimestre, impulsionado principalmente por ganhos de desempenho operacional.

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Houve maior diluição de custos fixos, maiores volumes de vendas e de receitas com subprodutos (US$ 90 milhões), diante da força dos preços do ouro.

Já o Ebitda do níquel cresceu 86% ano contra ano, para US$ 201 milhões.

Desempenho de produção

Na semana passada, a mineradora havia divulgado seu relatório trimestral de produção, que mostrou um crescimento de 4% dos volumes de minério de ferro de abril a junho sobre igual período do ano passado, para 83,6 milhões de toneladas.

O resultado se deveu principalmente ao desempenho da planta de Brucutu e a um novo recorde para um segundo trimestre no S11D.

A produção de pelotas recuou 12% na mesma base de comparação, para 7,9 milhões de toneladas, o que a companhia justificou como “em linha com a revisão do guidance de produção para 2025″.

As vendas de minério de ferro da Vale totalizaram 77,3 milhões de toneladas no trimestre, queda de 3% ano contra ano, “devido à estratégia de otimização de portfólio em priorizar a oferta de produtos de teor médio”.

A produção de cobre totalizou 92,6 mil toneladas, um avanço de 18% sobre igual trimestre de 2024.

Já os volumes de níquel no trimestre alcançaram 40,3 mil toneladas, alta de 44% ano contra ano, impulsionados pelo melhor desempenho dos ativos no Canadá e em Onça Puma.

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Juliana Estigarríbia

Jornalista brasileira, cobre negócios há mais de 12 anos, com experiência em tempo real, site, revista e jornal impresso. Tem passagens pelo Broadcast, da Agência Estado/Estadão, revista Exame e jornal DCI. Anteriormente, atuou em produção e reportagem de política por 7 anos para veículos de rádio e TV.