Vale reduz estimativa de produção de minério de ferro para 2026

Empresa tem como meta a produção de 335 milhões a 345 milhões de toneladas de minério de ferro no próximo ano à medida que a demanda global esfria e novos suprimentos da África entram em operação

Empresa diz que entregará aproximadamente 335 milhões de toneladas neste ano, perto da faixa superior de sua orientação
Por Mariana Durao
02 de Dezembro, 2025 | 10:55 AM

Bloomberg — A Vale reduziu sua previsão de produção de minério de ferro, produto básico para a fabricação de aço, em 2026, à medida que a demanda global esfria e um novo suprimento da África entra em operação.

A empresa tem como meta a produção de 335 milhões a 345 milhões de toneladas de minério de ferro no próximo ano, disse em um documento divulgado na terça-feira (2), antes de seu evento do dia do investidor em Londres.

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Esse número é menor do que a previsão anterior de produção para 2026, de 340 milhões a 360 milhões de toneladas.

A Vale entregará aproximadamente 335 milhões de toneladas neste ano, perto da faixa superior de sua orientação.

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A empresa sediada no Rio de Janeiro já foi a maior produtora de minério de ferro do mundo até que um desastre em uma barragem de rejeitos de Brumadinho (MG) em 2019 a forçou a reduzir a produção em uma de suas principais operações de mineração e ceder o primeiro lugar ao Grupo Rio Tinto. Desde então, a Vale tem se esforçado para recuperar seus níveis de produção anteriores de 385 milhões de toneladas.

O diretor executivo Gustavo Pimenta disse à Bloomberg News no mês passado que a Vale espera que a produção de aço da China se estabilize em cerca de 1 bilhão de toneladas por ano, enquanto a demanda aumenta em outros mercados, especialmente na Índia e no Vietnã.

Os preços do minério de ferro subiram neste ano e se mantiveram acima de US$ 100 por tonelada desde o início de agosto.

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Alguns analistas esperam que os preços caiam abaixo de US$ 100 no próximo ano, à medida que a oferta das principais mineradoras e do projeto Simandou, na Guiné, se expande e a demanda da China diminui.

A Vale estimou os gastos de capital em US$ 5,4 bilhões a US$ 5,7 bilhões para o próximo ano, em comparação com sua previsão anterior de US$ 6,5 bilhões.

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Ao longo deste ano, a empresa reduziu duas vezes sua previsão de investimento para o ano inteiro, terminando em US$ 5,5 bilhões. O número é observado de perto pelos investidores, pois ajuda a determinar quanto estará disponível para pagamento aos acionistas.

A Vale realiza um evento para investidores em Londres na terça-feira, e os acionistas aguardam detalhes sobre a alocação de capital da empresa e os compromissos da administração em relação a dividendos e recompra de ações.

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O futuro da unidade de níquel e cobre da Vale é um tema quente.

A Vale separou o negócio de suas operações de minério de ferro em 2023, criando uma subsidiária conhecida como Vale Base Metals.

A divisão tem avaliado uma possível oferta pública inicial, e o CEO Sean Usmar sinalizou em outubro que o negócio poderia estar pronto para uma estreia pública dentro de 12 a 18 meses.

A Vale “ficou para trás na corrida do cobre” e está concentrada em recuperar terreno por meio do desenvolvimento de seus próprios ativos no Brasil e no Canadá, disse Pimenta em setembro.

A empresa agora prevê a produção de cerca de 700.000 toneladas de cobre até 2035, quase o dobro da produção projetada para este ano, de 370.000 toneladas. A produção de níquel está estimada entre 175.000 e 200.000 toneladas em 2026, um pouco acima da produção deste ano.

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