Bloomberg Línea — A Vale (VALE3) registrou um lucro líquido de US$ 2,69 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 13% sobre igual período do ano passado, com avanço da geração de caixa, segundo informou a mineradora em relatório financeiro enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta quinta-feira (30).
O lucro líquido atribuível aos acionistas ficou em US$ 2,7 bilhões no período, uma alta de 11% na mesma base de comparação, refletindo o aumento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) pró-forma e itens não recorrentes no terceiro trimestre de 2024, destacou a companhia.
“Tivemos mais um trimestre forte, marcado por um sólido desempenho operacional”, disse o CEO da mineradora, Gustavo Pimenta, no documento. “Esses resultados reforçam minha confiança no futuro da Vale e no valor que estamos criando para todos os stakeholders”, acrescentou.
O Ebitda ajustado somou US$ 4,36 bilhões no terceiro trimestre, alta de 21% sobre o mesmo período do ano passado.
No critério pró-forma, o Ebitda totalizou US$ 4,39 bilhões, aumento de 17% na comparação anual, refletindo maiores volumes, eficiência de custos e preços mais altos de minério de ferro, cobre e subprodutos.
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Já a receita líquida de vendas atingiu US$ 10,42 bilhões no trimestre, avanço de 9% sobre igual intervalo de 2024.
No relatório, a Vale destacou o que classificou como forte desempenho de vendas, com aumento dos volumes em todos os segmentos de negócios no ano contra ano: minério de ferro (+5%), cobre (+20%) e níquel (+6%).
No período, o preço médio realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 94,4 por tonelada, alta de 4% na comparação anual e de 11% sobre o trimestre imediatamente anterior.
Os custos “all-in” do minério de ferro (que incluem o custo de produção por tonelada da mina até o porto mais as despesas operacionais, royalties e prêmios) caíram 4% no ano contra ano, para US$ 52,9 por tonelada, “como resultado dos melhores prêmios de qualidade de finos e dos menores custos de frete”, disse a empresa no relatório.
A companhia atribuiu o desempenho à execução “bem-sucedida” da estratégia de portfólio, com uma melhora de US$ 2 por tonelada no prêmio de finos de minério de ferro trimestre contra trimestre, suportada pelo aumento na oferta de produtos blendados e concentrados.
A mineradora destacou que, no terceiro trimestre, lançou oficialmente seu produto de médio teor de Carajás, “que promove maior flexibilidade operacional e otimização do plano de lavra”.
Dívida
De julho a setembro, a dívida líquida cresceu 31% na comparação anual, para US$ 12,4 bilhões. Já a dívida bruta e os arrendamentos atingiram US$ 18,5 bilhões em 30 de setembro de 2025. O prazo médio da dívida caiu para 8,7 anos.
Com isso, a alavancagem medida pela dívida líquida sobre o Ebitda ajustado alcançou 0,8 vez no trimestre, ante 0,5 vez um ano antes.
Para João Daronco, analista da Suno Research, o resultado da Vale no período foi positivo, com números que classificou como sólidos e ligeiramente acima das expectativas, segundo relatório.
Em sua visão, o avanço do Ebitda reflete principalmente o aumento dos volumes vendidos, a eficiência nos custos, que já era esperada, mas acima do projetado, e os melhores preços, tanto do minério de ferro quanto do cobre.
“O segmento de soluções de minério de ferro, principal negócio da companhia, manteve-se sólido”, disse o analista.
Ele apontou ainda que o segmento de metais para transição energética segue como o grande destaque do período, apresentando um salto de mais de 170% no Ebitda. “Esse avanço se deve tanto a uma operação mais eficiente e robusta quanto à melhora nos preços”, afirmou.
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