Vale espera crescer em cobre mais com projetos próprios do que via M&As, diz CEO

Durante conferência em São Paulo, Gustavo Pimenta diz que a mineradora tem potencial de desenvolvimento ‘maior do que o da concorrência’, ainda que tenha ficado para trás na corrida

Gustavo Pimenta, CEO da Vale
Por Mariana Durão - Dayanne Sousa
10 de Setembro, 2025 | 02:58 PM

Bloomberg — Gustavo Pimenta, CEO da mineradora Vale, disse que a empresa “ficou para trás na corrida do cobre” e que a prioridade é tentar recuperar terreno acelerando o desenvolvimento de seus próprios ativos de mineração, em vez de buscar negócios potenciais.

“Acho que nossa oportunidade está mais em desenvolver nosso potencial minerário do que fazer eventualmente uma transação”, disse Pimenta nesta quarta-feira (10) durante uma conferência em São Paulo.

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“Temos um potencial de desenvolvimento de produtos maior que o da nossa concorrência.

A indústria global de mineração tem passado por uma onda de negócios, impulsionada em grande parte pelo desejo de expandir a produção de cobre — um metal essencial para a transição energética global.

Nesta semana, a Anglo American concordou em adquirir a canadense Teck, criando uma empresa de mais de US$ 50 bilhões em um dos maiores negócios de mineração em mais de uma década.

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Pimenta citou a combinação entre Teck-Anglo como destaque da perspectiva favorável de oferta e demanda que sustenta o cobre.

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A Vale vai se concentrar na aceleração de projetos de cobre no Sistema Norte, segundo Pimenta. No início deste ano, a empresa anunciou que investiria R$ 70 bilhões (US$ 13 bilhões) em investimentos na Amazônia para minério de ferro e cobre até 2030.

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A empresa brasileira produz cerca de 350.000 toneladas de cobre por ano e prevê dobrar essa quantidade até 2035. Acelerar projetos de cobre, incluindo Alemão e Bacaba, é uma das principais prioridades, disse Pimenta.

A mineradora com sede no Rio de Janeiro reduziu sua estimativa de investimentos no ano de 2025 para US$ 5,4 bilhões a US$ 5,7 bilhões, ante uma estimativa anterior de US$ 5,9 bilhões.

A redução se concentra nos negócios de cobre e níquel. Pimenta afirmou que os ajustes foram resultado de ganhos de eficiência e que a Vale não desistiu de nenhum dos projetos.

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