Unilever avalia Nova York para listagem de unidade de sorvete, dizem fontes

Decisão não está tomada e Amsterdã e Londres também estão no páreo, segundo fontes; no ano passado, conversas sobre uma possível venda atribuíram mais de US$ 18 bilhões em valor à divisão

Marcas como a Ben & Jerry's estão entre os principais atrativos e força de venda da unidade de sorvete da Unilever
Por Aaron Kirchfeld - Swetha Gopinath - Dasha Afanasieva
31 de Janeiro, 2025 | 07:18 PM

Bloomberg — A Unilever considera Nova York como um mercado em potencial para a listagem de seu negócio de sorvetes, disseram à Bloomberg News pessoas com conhecimento do assunto, em um movimento que pode desencadear uma reação negativa em seu país de origem, a Holanda.

A empresa e seus assessores financeiros avaliam uma série de opções, incluindo uma listagem nos EUA, que é o maior mercado para suas marcas de sorvete, como Ben & Jerry’s e Breyers, disseram as pessoas.

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Amsterdã e Londres também estão entre os mercados que estão sendo considerados, de acordo com as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque a informação é privada.

A Unilever poderia optar por lançar o negócio em uma única bolsa ou em várias bolsas, a depender das condições do mercado, disseram as pessoas.

Leia mais: Unilever vai priorizar marcas de alimentos premium e que vendem mais, diz CEO

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Espera-se que a empresa pondere as várias vantagens e desvantagens associadas a diferentes locais de listagem antes de tomar uma decisão final. Isso poderia incluir diferentes implicações fiscais e exigências contábeis para cada país, bem como promessas anteriores ao governo holandês.

A empresa com sede britânica tem como meta separar os negócios - em um spinoff - até o fim deste ano. As deliberações estão em andamento e os detalhes da possível transação podem mudar, disseram as pessoas. Um porta-voz da Unilever não quis comentar com a Bloomberg News.

Uma listagem em Nova York seria um novo golpe para os mercados europeus, uma vez que as empresas estão cada vez mais em busca de maior liquidez e valuations mais altos nos EUA.

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Também causaria “ondas de questionamentos” na Holanda, onde o governo tem aumentado a pressão sobre a Unilever para que cumpra um compromisso anterior, assumido pelo ex-CEO Alan Jope, de listar seu negócio de alimentos mais amplo no país.

A Unilever selou seus planos de transferir a base legal para o Reino Unido em 2020, mas disse em uma carta ao governo holandês na época que, se algum dia separasse sua unidade de alimentos e bebidas, a listaria na Holanda, desde que continuasse sendo um local atraente para os negócios.

Em outubro, a Unilever disse que estava de mudança da sede da empresa de sorvetes para o coração do centro da cidade de Amsterdã, ante a sua base anterior em Roterdã.

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A Unilever passa por uma mudança que inclui uma iniciativa de corte de custos que fará com que a empresa elimine 7.500 empregos em todo o mundo.

Em uma call de resultados de outubro, a administração disse que a unidade de sorvetes está no caminho certo para se tornar uma empresa autônoma até o fim de 2025. Em novembro, a Unilever disse que abandonará marcas de alimentos com vendas combinadas de mais de € 1 bilhão (US$ 1 bilhão).

No ano passado, a empresa deu início às discussões iniciais com empresas de aquisições sobre uma possível venda da divisão de sorvetes, que poderia valer até £ 15 bilhões (US$ 18,6 bilhões), segundo noticiou a Bloomberg News em julho.

Leia mais: A divisão de sorvetes da Unilever é uma potência. Por que ela se tornou um desafio

A venda da unidade eliminaria uma dor de cabeça para a Unilever, que teve que lidar com controvérsias sobre as posições políticas assumidas pela Ben & Jerry’s em campanhas.

No final do ano passado, o conselho independente da Ben & Jerry’s entrou com uma ação judicial em que acusou a Unilever de silenciá-la na defesa dos direitos dos palestinos, o que reacendeu uma briga pública de vários anos sobre o assunto.

As ações da Unilever subiram cerca de 20% nos últimos 12 meses, o que deu à empresa um valor de mercado de cerca de £ 115 bilhões (perto de US$ 143 bilhões).

-- Com a colaboração de Cagan Koc, Ruth David e Dinesh Nair.

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