Impasse sem fim: Trump estende pela 3ª vez prazo para TikTok buscar novo dono nos EUA

Para Trump, o adiamento lhe dá mais tempo para garantir um acordo complicado que exigiria um comprador americano e a aprovação de Pequim

Esta magnate es una de las mujeres más ricas de Asia gracias a TikTok y la IA
Por Stephanie Lai
18 de Junho, 2025 | 12:54 PM

Bloomberg — O presidente Donald Trump prorrogou pela terceira vez o prazo para que a empresa chinesa ByteDance desfaça as operações americanas do TikTok, permitindo que o aplicativo de mídia social continue funcionando nos EUA enquanto as negociações prosseguem.

“Vamos estendê-lo”, disse Trump aos repórteres na Casa Branca na quarta-feira. “Provavelmente faremos um acordo”.

PUBLICIDADE

A última prorrogação de Trump daria à ByteDance mais 90 dias além do prazo de 19 de junho, enquanto o governo trabalha em um acordo de venda, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em um comunicado na terça-feira.

“Como ele já disse várias vezes, o presidente Trump não quer que o TikTok fique no escuro”.

Leia também: Trump diz ter ‘carinho’ pelo TikTok e cogita estender de novo prazo para venda

PUBLICIDADE

A decisão de Trump dá mais uma opção para o popular aplicativo que despertou preocupações em Washington sobre a segurança nacional e que surgiu como uma fonte de atrito entre os EUA e a China.

Para Trump, o adiamento lhe dá mais tempo para garantir um acordo complicado que exigiria um comprador americano e a aprovação de Pequim.

Em seus comentários na quarta-feira, o presidente expressou otimismo de que a China acabaria concordando com um acordo.

PUBLICIDADE

“Precisaremos da bênção da China para isso”, disse ele. “Acho que eles darão a bênção”. Espera-se que Trump formalize a decisão com uma ordem executiva.

Leia também: Trump diz ter ‘carinho’ pelo TikTok e cogita estender de novo prazo para venda

As movimentações em torno de um acordo foram, em grande parte, paralisadas com as relações comerciais entre os EUA e a China envolvidas em tensões maiores sobre as negociações comerciais.

PUBLICIDADE

Os dois lados estão se acusando mutuamente de violar um acordo em Genebra, em maio, para reduzir as tarifas prejudiciais.

Em conversas posteriores em Londres, neste mês, os dois lados procuraram aliviar os confrontos centrados no acesso à tecnologia de ponta e aos minerais de terras raras.

De acordo com uma lei assinada pelo então presidente Joe Biden no ano passado, a ByteDance foi orientada a alienar a unidade norte-americana da TikTok até 19 de janeiro, mas a empresa se recusou a vender um negócio lucrativo avaliado entre US$ 20 bilhões e até US$ 150 bilhões, dependendo dos termos propostos e da tecnologia incluída.

Trump estendeu o prazo pela primeira vez logo após assumir o cargo em janeiro e o estendeu novamente em abril.

A última medida de Trump provavelmente suscitará dúvidas sobre sua legalidade.

De acordo com a lei, o presidente poderia conceder um adiamento único por até 90 dias se fosse demonstrado “progresso significativo” para garantir um acordo.

Quando ele adiou o prazo novamente em abril, Trump disse que um acordo estava em grande parte pronto, mas alegou que a China havia mudado sua posição devido à guerra tarifária entre os dois países, que levou o presidente a cobrar altas taxas sobre as importações chinesas e a sofrer retaliação de Pequim.

Não está claro se os legisladores de ambos os partidos em Washington surgirão para contestar o último adiamento.

O governo recebeu várias propostas para comprar os ativos da TikTok nos Estados Unidos, incluindo um consórcio de investidores com a Oracle, a Blackstone e a gigante de capital de risco Andreessen Horowitz, que surgiu como um dos principais concorrentes.

Esse possível acordo teria concedido aos novos investidores externos 50% dos negócios da TikTok nos EUA em uma unidade que seria desmembrada da ByteDance.

Os atuais investidores norte-americanos da ByteDance também deteriam cerca de 30% do negócio, reduzindo a participação da empresa chinesa para pouco menos de 20%, o que lhe permitiria atender às exigências de propriedade da lei de segurança dos EUA.

A Oracle assumiria uma participação minoritária nas operações e forneceria garantias de segurança para os dados dos usuários.

A proposta também teria deixado o algoritmo do aplicativo nas mãos dos chineses, removendo um possível obstáculo para obter a aprovação da empresa e das autoridades de Pequim.

Isso expõe a proposta a desafios por parte dos defensores da China no Congresso, que temem que tal acordo dê a Pequim muito acesso aos dados dos EUA e possa violar uma disposição da lei que exige que o software seja removido do controle chinês.

O governo Trump estava perto de fechar o acordo envolvendo a Oracle antes do prazo final de 5 de abril, mas a China reteve sua aprovação após a decisão do presidente dos EUA de impor tarifas abrangentes.

--Com a ajuda de Kurt Wagner, Riley Griffin, Josh Wingrove e Skylar Woodhouse.

Veja mais em bloomberg.com