Telefónica avalia venda de 20% do capital da Vivo, diz jornal espanhol

Possível mudança na estrutura acionária da operadora, que estaria em linha com plano de desinvestimento em LatAm, gera volatilidade às ações, segundo analistas do Goldman Sachs; empresa não quis comentar a reportagem

Sede da Vivo na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo (Foto: Sérgio Ripardo/Bloomberg Línea)
30 de Junho, 2025 | 08:11 PM

Bloomberg Línea — O grupo espanhol Telefónica avalia vender 20% do capital da operadora brasileira de telefonia móvel Vivo (VIVT3), uma fatia estimada em cerca de US$ 3,7 bilhões, segundo reportagem publicada pelo jornal El Economista nesta segunda-feira (30).

A companhia no Brasil disse à Bloomberg Línea que não vai comentar.

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A venda do capital seria, segundo a publicação, uma das alternativas em análise, incluindo aumento de capital.

A Telefónica detém cerca de 76% do capital da Vivo e estaria disposta a manter pelo menos 51% do capital, segundo o veículo, que não revelou sua fonte.

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Em relatório enviado aos clientes, a equipe de equity research do Goldman Sachs observou que não há confirmação da notícia pelas empresas e que a venda de 20% do capital seria apenas uma das possibilidades em estudo.

“Esperamos que o fluxo de notícias sobre o assunto continue a adicionar volatilidade às ações da Vivo nos próximos meses/trimestres, à medida que o processo de revisão estratégica da Telefónica prossegue”, escreveram os analistas Vitor Tomita e Milenna Okamura.

Eles lembraram que a notícia sobre a possível venda de 20% da Vivo surge após mudanças na gestão e na estrutura acionária da Teléfonica na Espanha, bem como de vendas recentes de ativos na América Latina, exceto o Brasil.

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Para os analistas do banco de Wall Street, os desinvestimentos na região são “consistentes com a estratégia de longa prazo da Telefónica de reduzir a exposição aos países latinos de língua espanhola”.

No começo do ano, o grupo vendeu sua operação na Argentina por US$ 1,25 bilhão. Há relatos na mídia também de interesse da Telefónica de desinvestimento no México e no Uruguai, segundo noticiou a Bloomberg News em fevereiro.

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“Por outro lado, o Brasil tem sido reiterado como um ativo essencial para o grupo”, ressalvaram.

A consultoria BCG (Boston Consulting Group) colabora com a elaboração de um plano estratégico da Telefónica para começar a ser desenvolvido no outono do hemisfério norte, segundo o jornal espanhol.

As ações da Vivo na B3 fecharam em alta de 1,61%, cotadas a R$ 30,89.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.