Santander Brasil retoma aumento da rentabilidade e lucro supera projeções

Operação do banco espanhol no país teve lucro líquido de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre, acima dos R$ 3,7 bilhões previstos pelo consenso da Bloomberg; ROAE subiu para 17,5%, aumento de 0,50 ponto na base anual de comparação

Divisão do banco espanhol no país teve lucro líquido de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre, contra R$ 3,7 bilhões do consenso da Bloomberg; ROAE subiu para 17,5%
29 de Outubro, 2025 | 08:21 AM

Bloomberg Línea — O Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada de balanços trimestrais entre os grandes bancos do país apresentando seus resultados na manhã desta quarta-feira (29).

A operação brasileira do banco espanhol registrou lucro líquido gerencial de R$ 4,009 bilhões no terceiro trimestre de 2025, superando a expectativa de R$ 3,708 bilhões do consenso de analistas consultados pela Bloomberg.

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O resultado apresentou uma alta 9,4% frente ao mesmo período do ano passado e de 9,6% contra o trimestre anterior.

Segundo o CEO do Santander Brasil, Mario Leão, o resultado foi alcançado “mesmo diante de um ambiente macroeconômico mais desafiador”.

O ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio), principal métrica de rentabilidade dos bancos, voltou a subir após dois trimestres de recuo. O ROAE alcançou 17,5%, alta de 0,5 ponto percentual (p.p.) em 12 meses e avanço de 1,2 p.p. frente ao último trimestre.

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“Seguimos caminhando na evolução consistente do nosso ROAE, com disciplina na alocação de capital”, afirmou Leão em nota divulgada à imprensa.

A margem financeira bruta, por sua vez, recuou 1,2% na comparação anual, somando R$ 15,208 bilhões, impactada pela margem com o mercado. Em base trimestral, o indicador ficou perto da estabilidade, com recuo de 0,1%.

A margem financeira com o mercado ficou negativa em R$ 1,34 bilhão, revertendo ganho de R$ 325 milhões no ano anterior. Segundo o banco, o indicador foi impactado pelo maior número de dias úteis e pela sensibilidade negativa ao aumento da taxa de juros.

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O saldo final foi parcialmente equilibrado pela margem financeira com clientes, que, por sua vez, foi “beneficiada pelo maior número de dias e pelo mix e disciplina de preços, contribuindo para o aumento do spread”, segundo o CFO Gustavo Alejo. O indicador somou R$ 16,56 bilhões, alta de 11,1% na comparação anual.

As despesas totais somaram R$ 6,42 bilhões, queda de 0,5% em 12 meses e leve avanço de 0,2% contra o segundo trimestre deste ano.

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Crédito e inadimplência

A carteira ampliada de crédito atingiu R$ 688,8 bilhões. O valor representou crescimento de 3,8% na comparação anual e de 2% em relação ao trimestre anterior, em ambiente de juros elevados.

A maior alta anual se deu no segmento de pequenas e médias empresas, cuja carteira subiu 13% no período, para R$ 81,6 bilhões.

A inadimplência longa, acima de 90 dias, ficou em 3,4%, avanço de 0,1 p.p. na comparação anual, e de 0,3 p.p. frente ao segundo trimestre deste ano.

Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias foi de 3,9% – com avanço de 0,3 ponto percentual (p.p.) na comparação anual e retração de 0,2 p.p. frente ao segundo trimestre deste ano.

“Na qualidade de crédito, observamos melhora no indicador de curto prazo, reflexo da maior qualidade das novas safras, embora os índices de inadimplência mais longos sigam pressionados pelo ambiente macro”, avaliou Leão.

As provisões para devedores duvidosos (PDD) subiram para R$ 6,524 bilhões: alta de 10,9% em 12 meses. Frente ao último trimestre, no entanto, o indicador recuou 4,9%.

As units do Santander Brasil acumulam valorização de 23,62% em 2025 até o fechamento de terça (28), pouco acima do avanço de 22,73% registrada pelo Ibovespa no mesmo intervalo.

Entre os 15 analistas que cobrem os papéis, sete recomendam compra e outros sete têm classificação neutra, enquanto um aponta a venda.

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