Santander Brasil tem queda na rentabilidade e cita ‘ambiente macro mais desafiador’

Operação do banco espanhol no país registrou no segundo trimestre um lucro líquido de R$ 3,66 bilhões, vs R$ 3,73 bilhões do consenso da Bloomberg, enquanto o ROAE caiu de 17,5% de janeiro a março para 16,4%

Santander Brasil aumentou o total de clientes em 7% no ano a ano, para 71,7 milhões; base de ativos subiu 5%
30 de Julho, 2025 | 07:43 AM

Bloomberg Línea — O Santander Brasil (SANB11) abriu nesta manhã de quarta-feira (30) a temporada de balanços trimestrais entre os grandes bancos do país.

A divisão brasileira do banco espanhol registrou lucro líquido gerencial de R$ 3,66 bilhões no segundo trimestre de 2025, abaixo da expectativa de R$ 3,73 bilhões do consenso de analistas consultados pela Bloomberg.

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Divulgado nesta manhã de quarta-feira (30), o resultado mostrou um crescimento de 9,8% frente ao mesmo período do ano passado. Em base trimestral, no entanto, o lucro do Santander caiu 5,2%.

O ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio), principal métrica de rentabilidade do banco, recuou de 17,5% de janeiro a março para 16,4% no segundo trimestre, “dado um ambiente macroeconômico mais desafiador”, segundo citado pelo CEO, Mario Leão, no informe de resultado.

Foi sua segunda queda nessa base após quatro trimestres consecutivos de crescimento.

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Houve alta de 0,8 ponto percentual na comparação anual.

O banco apontou no informe que, “para impulsionar a retomada da nossa rentabilidade, manteremos foco nos nossos três pilares da principalidade: transacionalidade, crédito e investimentos”.

A margem financeira bruta, por sua vez, cresceu 4,4% na comparação anual, somando R$ 15,39 bilhões, impulsionada pela margem com clientes. Em relação ao trimestre anterior, porém, houve recuo de 3,3%.

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A margem com clientes subiu para R$ 16,1 bilhões – alta de 1,9% no trimestre e de 11,3% no ano. Por sua vez, o maior impacto negativo veio da margem financeira com o mercado, que ficou negativa em R$ 730 milhões.

As despesas totais somaram R$ 6,41 bilhões, queda de 2,5% contra o primeiro trimestre deste ano e avanço de 1,5% em 12 meses.

O índice de eficiência caiu 2,5 pontos na base anual e 0,4 ponto na trimestral, para 36,8% (quanto menor, melhor).

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“Em termos de eficiência, a transformação digital tem nos permitido otimizar o parque de lojas, maximizar nossa produtividade e atingir excelência operacional com a melhor experiência de nossos clientes. Com isso, atingimos o melhor índice de eficiência dos últimos 3 anos e ainda vemos espaço significativo de evolução nos próximos períodos”, apontou o CEO no documento.

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Crédito e inadimplência

A carteira ampliada de crédito atingiu R$ 675,5 bilhões. O valor representa crescimento de 1,5% na comparação anual e retração de 0,1% em relação ao trimestre anterior.

A inadimplência em prazos mais longos, acima de 90 dias, ficou em 3,1%, baixa de 0,2 ponto frente ao primeiro trimestre e de 0,5 ponto contra o mesmo período do ano anterior.

Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias foi de 4,0% – com queda 0,1 ponto percentual (p.p.) na comparação trimestral e alta de 0,5 p.p. na anual, respectivamente..

As provisões para devedores duvidosos (PDD) subiram para R$ 6,862 bilhões, o que representou alta de 7,4% na comparação trimestral e de 16,4% na anual.

As units do Santander Brasil acumulam valorização de 11,03% em 2025, pouco acima do avanço de 10,49% registrada pelo Ibovespa no mesmo intervalo.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.