Receita da Shein se aproxima de US$ 10 bi com impulso da demanda antes de tarifas

Lucro líquido da varejista de fast-fashion ultrapassou US$ 400 milhões no primeiro trimestre, com margem próxima de 5%, segundo fontes que falaram à Bloomberg News

Shein
Por Pei Li - Dong Cao
31 de Julho, 2025 | 08:29 AM

Bloomberg — O lucro líquido da Shein aumentou para mais de US$ 400 milhões e a receita foi de quase US$ 10 bilhões no primeiro trimestre, uma vez que os consumidores compraram os produtos da varejista de fast-fashion antes das tarifas dos EUA, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News.

O desempenho ajudou a elevar a margem de lucro da Shein para cerca de 5%, disseram pessoas que pediram para não serem identificadas porque os números foram divulgados confidencialmente.

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O caminho da Shein em direção a uma oferta pública inicial se transformou em uma saga, com um plano inicial de listagem nos EUA descarrilado quando a cadeia de suprimentos e as práticas trabalhistas da empresa foram examinadas.

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A Shein também considerou o Reino Unido antes de optar por Hong Kong, onde protocolou confidencialmente um projeto de prospecto, informou a Bloomberg News no início de julho.

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A varejista de roupas, que foi fundada na China continental e tem sede em Cingapura, não divulga seus números financeiros publicamente e não está claro como ela se saiu no trimestre abril-junho, que começou com os anúncios de tarifas do “Dia da Libertação” do presidente dos EUA, Donald Trump.

Shein não respondeu ao pedido de comentário enviado por e-mail pela Bloomberg.

A decisão do governo dos EUA de remover a chamada regra de minimis foi um golpe para a Shein, já que a política isentava os produtos de baixo valor - como os que a empresa envia - de impostos.

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Mas como a mudança na regra sobre as importações da China e de Hong Kong só entrou em vigor em maio, a Shein provavelmente se beneficiou por um tempo, já que os consumidores estocaram produtos com antecedência.

Agora, Trump assinou uma ordem executiva removendo a regra de minimis para todos os países a partir de 29 de agosto - não apenas para os produtos provenientes da China.

Isso significa que os esforços da Shein para diversificar sua base de suprimentos para lugares como o Vietnã não ajudarão a sustentar seu modelo de envio de pequenas encomendas diretamente para os consumidores dos EUA sem taxas.

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A Shein ainda precisa da aprovação dos órgãos reguladores chineses para prosseguir com a venda de ações em Hong Kong.

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A empresa foi avaliada em US$ 66 bilhões em uma rodada de financiamento em 2023, mas está sob pressão para reduzir sua avaliação para cerca de metade desse valor.

Citando pessoas com conhecimento do assunto, o Financial Times informou em fevereiro que o lucro líquido da Shein em 2024 caiu quase 40%, para US$ 1 bilhão, enquanto as vendas totalizaram US$ 38 bilhões.

--Com a ajuda de Daniela Wei.

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