Bloomberg — O Cazaquistão se prepara para canalizar parte de sua riqueza nacional para a infraestrutura de inteligência artificial, juntando-se a uma corrida global em que empresas de venture capital e países ricos em energia apostam bilhões no setor, apesar da volatilidade e do aumento dos valuations.
A National Investment Corp. (NIC), uma unidade do banco central do Cazaquistão que administra parte do fundo de petróleo de US$ 60 bilhões do país, vê data centers e outras arquiteturas de IA como um caminho para retornos mais elevados em um ambiente desafiador, disse o CEO, Serikzhan Rysbekov, em uma entrevista à Bloomberg News na sede da empresa em Astana.
Neste ano, a NIC, que administra US$ 3,4 bilhões em recursos, planeja suas primeiras alocações de capital em fundos de infraestrutura que incluem investimentos em instalações de IA, disse Rysbekov.
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A iniciativa do Cazaquistão, o maior produtor de petróleo da Ásia Central, é o exemplo mais recente do boom de IA que tem remodelado as prioridades nacionais de investimento.
No Oriente Médio, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Catar estão destinando bilhões de dólares para apoiar empresas como a OpenAI, construir data centers ou garantir o fornecimento de chips.
A iniciativa não é isenta de riscos.
Grandes empresas de tecnologia estão investindo mais recursos em IA, mas ainda não está claro quando esses aportes serão compensados.
A adoção da IA pelo país asiático também não se limita ao setor financeiro. A estatal Kazakhtelecom lançou separadamente uma iniciativa para apoiar o desenvolvimento local da infraestrutura de IA local em parceria com a Nvidia.
A IA também tornou o capital de risco mais atraente, disse Rysbekov.
“Nós nos recusamos a investir em capital de risco em 2021”, disse ele, citando valuations inflacionados.
“Agora que o desenvolvimento da IA está em andamento, vemos isso como um investimento atraente e esperamos que o mercado cresça.”
A empresa planeja escolher um ou dois fundos de capital de risco e colocar cerca de US$ 50 milhões em cada um, disse ele.
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Separadamente, a empresa também pretende aumentar a parcela de investimentos em fundos secundários e em fundos de crédito privado, disse Rysbekov.
“Planejamos diversificar as diferentes classes de ativos em nosso portfólio” e, a médio prazo, antecipar mandatos especializados com foco na geografia e em vários setores, disse Rysbekov.
A GCM Grosvenor, que investe parte do dinheiro da empresa do Cazaquistão em fundos hedge, prestará assessoria à unidade do banco central sobre investimentos em fundos de infraestrutura, disse Rysbekov.
Ele disse que a empresa discutia uma possível estratégia de assumir posições centrais em fundos administrados por gestores globais.
“Por exemplo, um nos EUA, um na Europa e um na Ásia, e depois construir gradualmente um portfólio em torno deles.”
A NIC também considera investir em fundos hedge dos EUA que usam modelos quantitativos para comprar ações, disse ele.
Rysbekov disse que seu grupo observou algumas mudanças no comportamento dos gestores em meio a uma crise de caixa global de private equity.
Isso inclui descontos para investimentos antecipados e ofertas de serviços adicionais, como consultas.
Até o momento, a empresa investiu mais de 50% de seus ativos em fundos de private equity, cerca de 20% em fundos hedge, e o restante diversificado entre títulos, imóveis e dívida privada, sendo esta última uma novidade no portfólio.
Aproximadamente um terço dos investimentos é administrado por gestores externos, e o restante, diretamente pela unidade de investimento.
No momento, os ativos sob gestão consistem em uma divisão equilibrada entre as reservas do banco central e as participações do fundo de petróleo.
Atualmente, a NIC alocou cerca de 3% dos ativos na carteira de poupança do fundo nacional de petróleo, mas pode investir até 5% - um limite que ela espera que seja aumentado em meio à busca por novas oportunidades, disse Rysbekov.
“Temos muitos planos”, disse ele.
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