Bloomberg — A Nike encerrou uma iniciativa que concedia aos funcionários uma semana extra de folga a cada ano para promover a saúde mental e o bem-estar.
A “Semana do Bem-Estar” anual da Nike, prática trabalhista que começou em 2021, era realizada todo mês de agosto: a maior empresa de roupas esportivas do mundo “desligava” sua sede corporativa em Beaverton, no estado americano do Oregon, para propiciar aos funcionários mais tempo para relaxar.
A Chief People Officer (CPO), Treasure Heinle, disse aos funcionários nesta semana que o programa foi instituído no momento em que o mundo enfrentava a pandemia de covid, mas que a empresa está agora em um “momento crucial” que exige mudanças na forma como os funcionários abordam seu trabalho, de acordo com uma reprodução da reunião analisada pela Bloomberg News.
“Hoje é muito diferente de alguns anos atrás”, disse a executiva aos funcionários. “E é por isso que estamos fazendo essa mudança.”
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Vantagens como a Wellness Week surgiram na Nike, no Spotify e em outras organizações corporativas durante a pandemia, à medida que trabalhadores americanos lutavam para lidar com a tensão dos confinamentos, do isolamento social e do medo de ficar doente.
Terapeutas pesquisados pela American Psychological Association em 2021 relataram um aumento na demanda por tratamentos de ansiedade, depressão e distúrbios relacionados ao estresse.
Ao mesmo tempo, o Cirurgião-Geral (cargo dos EUA que tem a missão de promover a saúde da população) emitiu diretrizes sobre o bem-estar no local de trabalho.
No entanto, com o fim da pandemia e a retomada da economia e dos negócios, empresas em geral reverteram muitas dessas iniciativas de saúde mental.
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O CEO da Nike, Elliott Hill, vem reorganizando a empresa desde que saiu da aposentadoria para assumir o cargo principal no ano passado, reestruturando a administração e as equipes em toda a organização.
O executivo busca liderar um processo de turnaround ao reorientar o foco da Nike para esportes como corrida e basquete.
“É um momento que exigirá mudanças contínuas de todos nós na forma como trabalhamos, como colaboramos e como operamos como uma equipe”, disse Heinle na reunião, que incluiu funcionários da empresa e das lojas.
“Precisamos continuar a aparecer e a entregar com um foco nítido para que possamos voltar a vencer.”
A Nike espera que as vendas caiam na casa de um dígito baixo neste trimestre, em linha com as expectativas de Wall Street. Suas ações caíram quase 13% neste ano até o fechamento de quinta-feira.
-- Com a colaboração de Matthew Boyle.
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