Magnata de Hong Kong tenta vender parte de hotéis do grupo Rosewood, dizem fontes

Henry Cheng está em busca de compradores para algumas das 58 propriedades do luxuoso Rosewood Hotel Group, enquanto seu clã bilionário tenta superar desafios de liquidez relacionados a sua unidade imobiliária New World Development

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Boomberg — O magnata de Hong Kong Henry Cheng está em busca de compradores para propriedades do luxuoso Rosewood Hotel Group, que pertence a sua família, enquanto o clã bilionário corre para superar desafios de liquidez relacionados à sua unidade imobiliária New World Development.

Os representantes de Cheng entraram em contato com algumas empresas para uma possível venda de ativos do portfólio do Rosewood, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News. As discussões foram preliminares e podem estar sujeitas a mudanças, disseram as pessoas.

A operação do Rosewood, liderada pela filha de Henry, Sonia Cheng, é de propriedade do veículo de investimento de capital fechado da família, a Chow Tai Fook Enterprises.

A empresa comprou a antiga entidade que possuía as operações do hotel e seu empréstimo de acionista de uma subsidiária por HK$ 1,96 bilhão (US$ 252 milhões) em 2015.

Desde que os Chengs adquiriram a marca com sede nos EUA no início da década de 2010, Sonia transformou a cadeia de hotéis em um nome reconhecido no mercado de hospitalidade de alto padrão. O grupo tem 58 propriedades em todo o mundo, de acordo com seu site.

O carro-chefe da empresa, com vista para o porto de Hong Kong, conquistou o primeiro lugar no ranking dos 50 melhores hotéis do mundo neste ano. Ele foi avaliado em HK$ 15,9 bilhões (US$ 2,04 bilhões), de acordo com um deck visto pela Bloomberg News para um plano de troca de dívida proposto pela New World.

Os representantes da Rosewood e da Chow Tai Fook Enterprises não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Bloomberg News.

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A possível venda das propriedades do Rosewood ocorre no momento em que a New World - a grande incorporadora mais endividada de Hong Kong - tenta se desfazer de ativos para melhorar seu fluxo de caixa.

A família Cheng procurou um parceiro para uma possível injeção de capital de cerca de HK$ 10 bilhões (US$ 1,3 bilhão), mas as negociações foram interrompidas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto em novembro.

Em sua última tentativa de melhorar a liquidez, a New World anunciou planos de emitir até US$ 1,9 bilhão em novas dívidas em uma oferta de troca que inclui cortes de até 50% para os detentores de títulos. A dívida líquida da empresa atingiu 98% do patrimônio líquido no final de junho, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

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As tentativas de desinvestimento de outros ativos da família foram interrompidas.

Em agosto, o braço de infraestrutura da família, a CTF Services, decidiu suspender a venda de um conjunto de estradas no valor de US$ 2 bilhões na China.

O clã também está tentando vender o shopping center 11 Skies, de grande visibilidade, próximo ao Aeroporto Internacional de Hong Kong, segundo pessoas a par do assunto ouvidas pela Bloomberg News.

No final de setembro, a New World levantou um empréstimo bancário de HK$ 3,95 bilhões garantido por seu ativo joia da coroa, o Victoria Dockside, 75% a menos do que o limite superior de sua meta original. A empresa também registrou um segundo ano consecutivo de perdas de HK$ 16,3 bilhões (US$ 2,1 bilhões) em operações contínuas.

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A New World registrou uma perda por redução ao valor recuperável de HK$ 2,7 bilhões (US$ 350 milhões) depois de revisar a avaliação de seu shopping center 11 Skies Airport, informou em setembro.

A empresa tem mantido conversações com a autoridade aeroportuária de Hong Kong para explorar qualquer possibilidade de mudanças nos arranjos contratuais do projeto, disse então.

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