Bloomberg — A OpenAI anunciou na noite de terça-feira (21) o retorno de Sam Altman ao cargo de CEO da companhia, juntamente com um conselho de administração renovado que inclui um nome não frequentemente associado ao Vale do Silício: Larry Summers.
O economista e ex-secretário do Tesouro juntou-se a Bret Taylor, ex-CEO da Salesforce, e ao atual membro do conselho, Adam D’Angelo, para formar o que a empresa chamou de “conselho inicial”.
Os membros anteriores da OpenAI demitiram Altman inesperadamente na sexta-feira (17), dando início a uma saga que lançou dúvidas sobre o futuro da startup de tecnologia mais acompanhada do mundo.
A OpenAI disse em um post que ainda estava trabalhando para “definir os detalhes” de sua nova administração. Com Summers, a empresa tem um membro do conselho com laços profundos com Wall Street e Washington - e uma crença inflexível de que a inteligência artificial está chegando para os empregos de colarinho branco.
Na OpenAI, Summers provavelmente terá a tarefa de recrutar um conselho mais completo e organizar a governança da empresa. Esse conselho poderia incluir Altman e a Microsoft, seu maior investidor, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto, que pediu para não ser identificada.
Summers já faz parte de alguns conselhos de tecnologia como o da Block, a empresa de pagamentos de Jack Dorsey, e da empresa de software Skillsoft. Ele foi nomeado consultor da poderosa empresa de venture capital Andreessen Horowitz em 2011, mas não se envolveu publicamente com os investimentos recentes.
Summers chefiou o Departamento do Tesouro dos EUA durante o governo Clinton e trabalhou como consultor econômico no governo Obama, atuando como presidente da Universidade de Harvard nesse meio tempo. Atualmente, ele é um colaborador pago da Bloomberg TV.
Os poucos comentários que ele já fez sobre Inteligência Artificial se concentraram no impacto sobre a mão de obra.
Em 2018, Summers contestou as afirmações do então secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, de que a IA não substituiria os empregos americanos nos próximos 50 a 100 anos. “Os robôs estão chegando”, escreveu Summers no jornal Washington Post. Naquele ano, ele também alertou sobre uma catástrofe econômica se os EUA “perdessem a liderança” em biotecnologia e IA para a China.
Em dezembro de 2022, um mês após a chegada do ChatGPT – o chatbot da OpenAI que deu início ao recente boom de IA – Summers comparou a novidade ao surgimento da imprensa, da eletricidade e a avanços humanos ainda mais antigos. “Essa pode ser a tecnologia de uso geral mais importante desde a roda ou o fogo”, disse ele na Bloomberg TV.
Depois, em abril, Summers disse que o ChatGPT estava “chegando para a classe cognitiva”, prevendo que tornaria obsoleto primeiro as funções mais qualificadas.
“O ChatGPT vai substituir o que os médicos fazem, ouvindo sintomas e fazendo diagnósticos, antes de mudar o que os enfermeiros fazem”, disse ele à Bloomberg TV. “A ferramenta vai mudar o que os traders fazem ao entrar e sair dos mercados financeiros antes de mudar o que os profissionais de vendas fazem.”
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