Investidores pedem preço melhor na recompra de títulos perpétuos da Vale, dizem fontes

Após a mineradora ter proposto uma recompra de US$ 3 bilhões, grupo que detém debêntures perpétuas passou a pressionar por termos mais atrativos do que os R$ 42 oferecidos

Vale
Por Vinícius Andrade - Cristiane Lucchesi - Rachel Gamarski
15 de Outubro, 2025 | 06:00 PM

Bloomberg — Um grupo de investidores que detêm debêntures perpétuas da Vale tem pressionado por termos mais atrativos após a mineradora brasileira ter proposto uma recompra de US$ 3 bilhões, segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

O grupo, que visa reunir detentores de ao menos 38% dos papéis, começou a se organizar depois que a Vale ofereceu recomprá-los a R$ 42 cada, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas por se tratar de conversas que não são públicas.

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Os detentores dos papéis estão em negociações com a boutique de assessoria financeira Seneca Evercore e buscam um preço mais próximo de R$ 50 cada, disseram as pessoas.

Os detentores dos títulos não podem bloquear a recompra e não está claro se a Vale está disposta a aumentar sua oferta, acrescentaram as pessoas.

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Um processo de negociação com os representantes da Vale, liderado pela Seneca Evercore, deve começar na próxima semana, disse uma das pessoas.

A Seneca Evercore não quis comentar. A Vale não respondeu imediatamente a pedido de comentário.

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No início deste mês, a Vale anunciou planos para recomprar suas chamadas debêntures participativas — títulos incomuns que datam da privatização da empresa no final da década de 1990 e se tornaram cada vez mais caros para a mineradora.

A administração da empresa disse recentemente a investidores em Nova York que este era o momento certo para prosseguir com a oferta de recompra, escreveram analistas do Banco BTG Pactual em nota divulgada na terça-feira (14).

Os títulos não têm cupom fixo e, em vez disso, pagam aos detentores um dividendo equivalente a 1,8% da receita líquida de algumas vendas de minério de ferro e 2,5% da receita líquida de cobre e ouro após o cumprimento de determinados limites de produção.

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A receita é calculada em dólares e, em seguida, convertida para reais para distribuição.

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As debêntures negociam em torno de R$ 41,8, com cerca de 388,6 milhões de notas existentes, de acordo com dados da Anbima. O prazo para os detentores dos papéis aderirem à oferta é 31 de outubro.

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