Indiana Tata Steel planeja explorar novos mercados na América Latina, diz CEO

Em entrevista à Bloomberg Television, o CEO da gigante da siderurgia diz que pretende entrar em novos mercados na região e no Oriente Médio para fazer frente às ameaças tarifárias de Trump

Tata Steel
Por Preeti Soni
31 de Julho, 2025 | 03:48 PM

Bloomberg — A indiana Tata Steel planeja explorar novos mercados em regiões como a América Latina e o Oriente Médio, no momento em que as tarifas do presidente Donald Trump afetam os embarques para os Estados Unidos.

“Estamos analisando outros mercados onde há necessidade de aço de alta qualidade e onde não somos afetados por esses tipos de tarifas”, disse o CEO T.V. Narendran à Bloomberg Television em uma entrevista com Haslinda Amin, sem entrar em detalhes sobre as consequências das taxas dos EUA.

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Cerca de 10% de suas exportações a partir da Holanda e 5% a partir do Reino Unido têm como destino final os Estados Unidos, mas essas vendas contribuem com até 20% de seu lucro total, disse ele.

O metal embarcado a partir da Holanda está sujeito a uma tarifa de 50%, enquanto o Reino Unido se beneficia de uma taxa mais baixa após um acordo comercial separado, disse Narendran.

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A ameaça de uma taxa americana de pelo menos 25% sobre as exportações da Índia não deve afetar significativamente a Tata Steel, já que seus volumes de exportação a partir do país permanecem relativamente baixos, acrescentou.

A iniciativa da empresa de explorar novos mercados mostra como as tarifas dos Estados Unidos estão forçando as empresas globais a repensar suas estratégias comerciais.

Tata Steel

Ao visar outros mercados, o produtor pretende reduzir os riscos e encontrar uma demanda estável para seus produtos de aço de alta qualidade. A empresa opera em mais de duas dúzias de países.

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“Alguns desses produtos exigem a aprovação do cliente, portanto, não é uma mudança que pode acontecer da noite para o dia”, disse Narendran.

“Quando desenvolvermos outros mercados, não é necessário que queiramos voltar para os Estados Unidos se as tarifas forem reduzidas.”

Esse é o risco dessas tarifas porque as pessoas podem desenvolver fontes e mercados alternativos e talvez não queiram voltar facilmente, disse ele.

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-- Com a colaboração de Naman Tandon.

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