GPA vende participação em financeira ao Itaú por R$ 260 mi e poderá buscar parceiros

Operação que envolve a Financeira Itaú CBD faz parte de plano de redução de dívida e também libera a rede varejista para acertar novas parcerias para a oferta de serviços financeiros nos balcões de mais de 730 supermercados

A shopper exits a Grupo Pao de Acucar (GPA) grocery store in Sao Paulo, Brazil, on Monday, March 18, 2024. Brazil's biggest retailer Cia Brasileira de Distribuicao, chain owner of GPA grocery stores, raised 704 million reais ($141.6 million) in a primary equity offering as it works to slash its debt load, according to people familiar with the matter. Photographer: Tuane Fernandes/Bloomberg
08 de Dezembro, 2025 | 09:28 AM

Bloomberg Línea — O GPA (Grupo Pão de Açúcar) vendeu sua participação na Financeira Itaú CBD ao Itaú Unibanco (ITUB4) por R$ 260,1 milhões. O contrato foi assinado na última sexta-feira (5), segundo fato relevante nesta segunda-feira (8).

O Itaú passa a deter o controle total da financeira e pagará à vista no fechamento da operação, que depende de aprovações regulatórias.

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Em comunicado separado, o Itaú informou que também fechou a compra das participações do Grupo Casas Bahia na Financeira Itaú CBD e no Banco Investcred, além da fatia do Assaí na financeira.

A Casas Bahia informou, em fato relevante, que receberá cerca de R$ 266,1 milhões pela totalidade de suas participações nas duas instituições, enquanto o Assaí divulgou que embolsará aproximadamente R$ 260 milhões por sua fatia na financeira, mas apenas dois anos após o fechamento da operação, quando o Itaú terá desembolsado um total de cerca de R$ 786 milhões pelas três aquisições.

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A Financeira Itaú CBD opera desde 1999 como joint venture entre o banco e a Companhia Brasileira de Distribuição.

A rede de supermercados que pertenceu durante décadas à família Diniz oferece cartões de crédito, empréstimos e seguros aos clientes das lojas.

Atualmente o GPA passa por um processo de disputa pelo seu controle, desde a decisão de saída do grupo francês Casino, com mudanças no conselho e no comando executivo - Marcelo Pimentel renunciou no fim de outubro e foi substituído de forma interina pelo CFO e diretor de RI, Rafael Sirotsky Russowsky.

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O banco vai manter a operação dos cartões co-branded Itaú/GPA, segundo o fato relevante, enquanto os clientes poderão continuar a usar os produtos financeiros nas lojas físicas e digitais durante os prazos de validade.

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A transação libera o Grupo Pão de Açúcar para buscar novos parceiros financeiros nos balcões de suas lojas - são mais de 730 pontos de venda, segundo o documento. O fluxo supera 20 milhões de clientes por mês.

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O Itaú negocia o valor da transação com ajustes de preço. Os ajustes ocorrerão entre a assinatura e o fechamento do negócio.

Plano de desalavancagem

A operação integra o plano de desalavancagem do Pão de Açúcar, que busca reduzir a dívida líquida. A companhia, que opera as bandeiras Pão de Açúcar e Extra, está em reestruturação desde 2021.

O GPA planeja implantar uma nova operação nos balcões após o fechamento da venda com o Itaú, mas não detalhou se já existe a definição de um modelo alternativo de negócio nem se haverá processo competitivo para a escolha de um parceiro.

Matéria atualizada às 10h15 com conteúdo do comunicado divulgado pelo Itaú

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