Gol propõe capitalização de R$ 19 bi para sair do Chapter 11 e ação tem queda recorde

Papéis da companhia aérea chegaram a cair 40% depois que a proposta de aumento de capital por emissão de ações foi aprovada pelo conselho de administração da empresa

As ações caíram 40% na abertura do mercado em São Paulo na, sendo negociadas a R$ 0,71, seu valor mais baixo desde que a empresa abriu seu capital em 2004 (Foto: Dado Galdieri/Bloomberg)
Por Leda Alvim - Rachel Gamarski
09 de Maio, 2025 | 12:11 PM

Bloomberg — As ações da Gol (GOLL4) caíram para um mínimo recorde na sexta-feira (9), depois que a companhia aérea propôs um aumento de capital de R$ 19,2 bilhões em sua mais recente tentativa de sair do Chapter 11 nos Estados Unidos (equivalente à recuperação judicial no Brasil).

As ações caíram 40% na abertura do mercado em São Paulo na, sendo negociadas a R$ 0,71, seu valor mais baixo desde que a empresa abriu seu capital em 2004.

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A proposta de aumento de capital visa levantar entre R$ 5,34 bilhões e R$ 19,2 bilhões por meio da emissão de um mínimo de 3,64 trilhões de ações ordinárias e 430,3 bilhões de ações preferenciais, e um máximo de 13,1 trilhões de ações ordinárias e 1,55 trilhão de ações preferenciais.

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A proposta foi aprovada pelo conselho de administração da empresa e será analisada pelos acionistas em uma reunião no dia 30 de maio. O preço de emissão será de R$ 0,0002857142 por ação ordinária e R$ 0,01 por ação preferencial, informou a empresa em um documento divulgado na sexta-feira.

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  Fonte: Bloomberg

Em novembro, a companhia aérea chegou a um acordo de reestruturação de US$ 2,5 bilhões com seu principal credor, o Abra Group para sair do Chapter 11. Na época, a Gol disse que esperava levantar até US$ 1,85 bilhão em financiamento de saída do Chapter 11 e usá-lo para pagar um financiamento existente.

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Mesmo com resultados mais fortes do que o esperado para o último trimestre de 2024, “a Gol provavelmente terá dificuldades para gerar caixa, já que seus pagamentos de arrendamento e juros em dinheiro corresponderão aproximadamente ao seu Ebitda previsto”, escreveu o analista de BI da Bloomberg, Philip Brendel, em uma nota em 24 de abril.

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A empresa, que entrou com pedido de recuperaçao judicial em janeiro, é uma das maiores companhias aéreas da América do Sul, mas tem enfrentado dificuldades com os passivos financeiros decorrentes de uma queda nas viagens durante a pandemia, dívidas substanciais e a alta taxa de juros do Brasil.

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