Bloomberg — A Glencore entrou com pedidos para que dois projetos de cobre, com gastos de capital combinados estimados em mais de US$ 13 bilhões, sejam incluídos no programa de incentivo ao investimento da Argentina.
A empresa de commodities sediada na Suíça está buscando os benefícios fiscais, alfandegários e cambiais oferecidos pelo programa do governo para El Pachon, na província de San Juan, e Agua Rica, em Catamarca, informou a empresa em um comunicado na segunda-feira (18). O programa é conhecido como Rigi, por seu acrônimo em espanhol.
A Glencore se junta a uma lista crescente de mineradoras que buscam acesso ao programa em um país que já foi um pária para o investimento estrangeiro por causa dos controles de capital e da intervenção estatal.
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A Argentina tem reconquistado a confiança das empresas à medida que o presidente Javier Milei oferece uma maneira de proteger seus compromissos de capital.
“Essa estrutura mudou o cenário de investimentos na Argentina, fornecendo um catalisador fundamental para atrair grandes investimentos estrangeiros para o país”, disse o CEO da Glencore, Gary Nagle, no comunicado.
Espera-se que El Pachon e Agua Rica exijam investimentos de US$ 9,5 bilhões e US$ 4 bilhões, respectivamente, se a Glencore decidir prosseguir com seu desenvolvimento. Eles elevam o número de pedidos de Rigi para 20, totalizando US$ 33,6 bilhões, escreveu o ministro da Economia, Luis Caputo, em um post no X.
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Para o mercado de cobre, El Pachon é de particular interesse. Ela tem o potencial de se tornar uma das maiores minas do mundo e está localizada em um grupo de depósitos que deve se tornar um novo centro de produção à medida que a demanda pelo metal de fiação aumentar.
O BHP Group e a McEwen Copper também estão investindo em San Juan.
A Argentina já teve sucesso com o lítio, um mineral essencial para a fabricação de baterias para carros elétricos. Os projetos de cobre, no entanto, tendem a ser maiores, mais caros e mais difíceis de desenvolver.
E o país tem sido um destino particularmente precário para as mineradoras, uma vez que seu foco principal é a agricultura e o petróleo, e não os metais, como os seus pares regionais Chile e Peru.
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