Família bilionária da Puma avalia vender a marca após ações caírem 50%, dizem fontes

Os Pinault detêm uma participação de 29% na fabricante alemã de calçados e artigos esportivos por meio de sua holding Artemis e trabalham com assessores para uma possível venda, segundo pessoas a par do assunto que falaram com a Bloomberg News

A logo above a window display at the Puma SE flagship store at the Hackescher Markt in Berlin, Germany, on Thursday, May 2, 2024. Puma are due to report earnings on May 8. Photographer: Krisztian Bocsi/Bloomberg
Por Eyk Henning - Dong Cao - Crystal Tse - Dinesh Nair
26 de Agosto, 2025 | 09:18 AM

Bloomberg — A família Pinault entrou em contato com possíveis compradores para a Puma depois que a marca esportiva alemã perdeu cerca de metade de seu valor de mercado no ano passado, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

A família bilionária detém uma participação de 29% na Puma, listada em Frankfurt, por meio de sua holding Artemis. Ela trabalha com assessores, possivelmente com o objetivo de destravar uma venda da empresa, disseram as pessoas.

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Integrantes da família e seus assessores entraram em contato com possíveis licitantes, incluindo a Anta Sports Products, proprietária da Fila, e a Li Ning para avaliar o interesse em comprar a Puma, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as deliberações são privadas.

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Eles também sondaram outras empresas de roupas esportivas nos EUA, bem como fundos soberanos no Oriente Médio, de acordo com as pessoas.

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As ações da Puma caíram cerca de 5% nesta terça-feira (26) em Frankfurt, reduzindo parte do ganho de 16% do dia anterior após a notícia inicial da Bloomberg, o que deu à empresa um valor de mercado de cerca de 3,1 bilhões de euros (US$ 3,6 bilhões).

Outros grandes fabricantes de calçados esportivos também tiveram ou enfrentam dificuldades para lançar produtos que capturem o zeitgeist, levando consumidores a adotar marcas entrantes como On Holding, New Balance e Hoka.

A líder do setor, a Nike, se recupera sob o comando do veterano CEO Elliott Hill, com novos itens como o tênis de corrida Vomero 18, enquanto a Adidas reconquista os varejistas com seus tênis modelos retrô, como o Gazelle e o Samba.

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A Puma, entretanto, não conseguiu capitalizar os tropeços de suas rivais na época. Ela também demorou a trazer de volta seu tênis retrô Palermo para competir com os populares Sambas de três listras da Adidas.

Ações da Puma perderam mais da metade do seu valor neste ano

A família Pinault provavelmente buscará um valor considerável em qualquer negócio, disseram as pessoas. A Artemis também é a acionista controladora da Kering.

Antes desta semana, as ações da Puma haviam caído cerca de 50% nos últimos 12 meses, atingidas pela fraca demanda por seus equipamentos esportivos e de ginástica e por preocupações com o impacto das tarifas dos EUA.

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As deliberações estão em andamento e não há garantia de que a transação ocorrerá, disseram as pessoas.

Um porta-voz da Puma se recusou a comentar, enquanto os representantes da Artémis, Anta e Li Ning não responderam aos pedidos de comentários.

A Puma vem tentando se renovar sob o comando do novo CEO Arthur Hoeld, depois de não ter conseguido gerar muito entusiasmo pelos seus produtos junto aos consumidores nos últimos anos. A empresa emitiu vários avisos de lucro nos últimos trimestres, inclusive no mês passado.

A empresa alemã nomeou recentemente o ex-executivo da Adidas, Andreas Hubert, como diretor de operações. Hubert é um veterano de 20 anos da Adidas que atuou nos últimos quatro anos como diretor de informações da empresa.

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Fundada em 1948, a Puma registrou um lucro líquido de 281,6 milhões de euros no ano passado e 8,8 bilhões de euros em vendas, e conta com uma força de trabalho global de aproximadamente 22.000 pessoas.

A marca patrocina o Manchester City, da Premier League inglesa, a seleção de Portugal e o time de handebol masculino da Dinamarca, entre outros.

A Anta também é proprietária de marcas como Descente, Kolon Sport e Jack Wolfskin. Ela fazia parte de um consórcio que adquiriu a finlandesa Amer Sports Oyj, fabricante das raquetes de tênis Wilson e dos tacos de beisebol Louisville Slugger, por cerca de 4,6 bilhões de euros em 2019.

A Li Ning, fundada em 1990 por uma lendária ginasta chinesa de mesmo nome, projeta e vende calçados, roupas e acessórios esportivos profissionais e de lazer. Além da marca homônima, possui produtos esportivos de propriedade própria ou licenciados, incluindo a marca de tênis de mesa Double Happiness, a marca de esportes ao ar livre Aigle e Kason, a marca de badminton.

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