Bloomberg — Os executivos da Walt Disney se reunirão na próxima quinta-feira (25) com o apresentador de talk-show suspenso Jimmy Kimmel para discutir o futuro de seu programa, de acordo com três pessoas com conhecimento do assunto que falaram com a Bloomberg News.
As partes discutirão se há uma maneira de levar o programa de volta ao ar, de acordo com as pessoas, que não estavam autorizadas a falar publicamente e pediram para não serem identificadas.
A rede ABC, que faz parte da Disney, retirou o programa do ar na última quarta-feira (17) sob pressão e ameaça da Comissão Federal de Comunicações (FCC), que concede licenças para operação, e de proprietários de estações locais.
Isso ocorreu após comentários que Kimmel fez durante seu monólogo de 15 de setembro, em que insinuou que republicanos estariam tentando capitalizar em cima do assassinato do ativista do Partido Republicano Charlie Kirk.
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O gigante da mídia gostaria de colocar o programa de volta no ar, disseram as pessoas, mas isso dependerá de encontrar um caminho que satisfaça Kimmel, 57 anos, bem como seus críticos.
A Disney disse ao seu apresentador de longa data - com seu programa desde 2003 - que quer diminuir a escalada da situação, que resultou em ataques da Casa Branca e ameaças de morte aos funcionários.
A empresa não pediu a Kimmel que se desculpasse, nem Kimmel tem planos de fazê-lo, disseram as pessoas. O comediante tem sido um crítico veemente de Trump há vários anos.
Comediantes prestigiados dos Estados Unidos correram para defender Kimmel e criticar a Disney.
“Você não pode sair por aí demitindo alguém porque tem medo ou porque está tentando bajular uma administração criminosa e autoritária no Salão Oval”, disse o ex-apresentador de programas noturnos David Letterman em um evento em Nova York na quinta-feira. “Não é assim que as coisas funcionam.”
Jimmy Falllon, Jon Stewart e Stephen Colbert também se manifestaram em tom semelhante, com críticas à decisão da ABC e da Disney e solidariedade a Kimmel. Descreveram as ameaças de cassação das licenças como um ato de censura.
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Kimmel havia planejado abordar a controvérsia em seu monólogo de abertura na quarta-feira.
A empresa pediu a Kimmel que diminuísse o tom das observações e adotasse um tom mais conciliatório, disseram as pessoas. A Disney retirou o programa depois que os dois lados não chegaram a um acordo sobre como proceder.
A suspensão alimentou a preocupação com o fim do talk-show noturno.
A CBS anunciou em julho que encerraria o programa de Stephen Colbert, que perde dezenas de milhões de dólares por ano.
O presidente Donald Trump e seu presidente da FCC, Brendan Carr, continuaram a expressar suas críticas à Disney e à ABC na quinta-feira (18), com o líder do país ameaçando retirar a licença da Disney para operar estações de TV.
-- Com informações da Bloomberg Línea.
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