ERG avalia ofertas para projeto de minério na Bahia, diz CEO da operação brasileira

Em entrevista à Bloomberg News, Eduardo Ledsham CEO da Bamin, diz que está em negociações com três investidores interessados; projeto Bahia Mineração (Bamin) inclui mina de minério, futuro porto e ferrovia

O projeto ainda precisa de um investimento de aproximadamente US$ 5,7 bilhões para expandir as operações, segundo o executivo. (Foto: Carla Gottgens/Bloomberg)
Por Mariana Durão
28 de Outubro, 2025 | 12:27 PM

Bloomberg — O Eurasian Resources Group (ERG) está em negociações com três investidores diferentes interessados em seu projeto brasileiro de minério de ferro, o Bahia Mineração.

O projeto, conhecido como Bamin, inclui uma mina de minério de ferro, um futuro porto de águas profundas e uma linha ferroviária.

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O ERG analisa as ofertas não vinculantes e busca apresentar um novo investidor ao governo brasileiro até o final do primeiro trimestre do próximo ano, afirmou o CEO da Bamin, Eduardo Ledsham, em entrevista à Bloomberg News durante os bastidores de uma conferência em Salvador, na segunda-feira (27).

Ledsham não quis identificar os licitantes, mas afirmou que eles incluem empresas nacionais e internacionais com interesse em construir e administrar ativos de mineração e logística.

Leia também: Vale: produção de minério de ferro cresce acima das estimativas no terceiro trimestre

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Em março, a Bloomberg News noticiou que a Brazil Iron ofereceu cerca de US$ 1 bilhão para adquirir o projeto.

A Vale (VALE3) — que, em agosto, disse que considerava um investimento — ainda não concluiu sua avaliação do projeto, disse na conferência o CEO da gigante do minério de ferro, Gustavo Pimenta.

Qualquer acordo exigiria aprovação do governo, já que envolve uma concessão ferroviária, e não há decisão sobre se o ERG continuará como acionista minoritário no projeto, de acordo com Ledsham.

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O projeto ainda precisa de um investimento de aproximadamente US$ 5,7 bilhões para expandir as operações de mineração, construir o porto e concluir um trecho de 537 quilômetros de ferrovia para conectar as minas e o porto, de acordo com Ledsham.

A mina — que interrompeu as operações em janeiro porque precisa de mais investimentos — poderá produzir até 26 milhões de toneladas de minério de ferro de alta qualidade por ano, quando estiver totalmente operacional.

O primeiro embarque provavelmente será adiado de 2027 para o último trimestre de 2031, devido à necessidade de investimentos, afirmou Ledsham.

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O Ministério dos Transportes teria que aprovar o novo prazo para a conclusão do trecho ferroviário. A Bamin suspendeu as obras ferroviárias em março, e disse que buscava uma nova estrutura de capital para o projeto.

Ledsham disse que o Banco Nacional do Desenvolvimento, o BNDES, ainda pode considerar o financiamento do projeto. O país vê o trecho ferroviário como prioridade, uma vez que atravessa diversos municípios da Bahia e teria capacidade para movimentar cargas para setores como a agricultura e a mineração.

O ERG é um dos maiores produtores mundiais de cobalto e cromo. A empresa tem enfrentado dificuldades para prosseguir com o projeto Bamin após a guerra da Rússia com a Ucrânia, já que a principal instituição financeira no consórcio bancário do projeto era russa, disse Ledsham.

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