Bloomberg — A Embraer alertou que enfrentará cancelamentos de pedidos e atrasos, se as tarifas punitivas do presidente dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, Donald Trump, forem implementadas.
“Não temos nenhum problema de cancelamento neste momento, mas no médio prazo, isso pode acontecer”, disse o CEO Francisco Gomes Neto em entrevista a Haslinda Amin, da Bloomberg Television, no domingo (26), durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, na Malásia.
Isso seria ruim para “a indústria dos EUA, porque, se fabricarmos menos aeronaves, compraremos menos equipamentos dos EUA. É por isso que a tarifa zero é importante”, disse ele.
Neto estimou que a medida de Trump poderia aumentar o preço das aeronaves em US$ 2 milhões, cada.
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A empresa brasileira ainda enfrenta um impacto tarifário de cerca de US$ 80 milhões este ano, o que equivale aproximadamente ao lucro líquido do segundo trimestre.
Os produtos e peças da fabricante de aviões estavam entre as isenções de tarifas mais altas impostas à maior economia da América do Sul, anunciadas como uma resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
O CEO também disse que a empresa ainda tem cerca de US$ 31 bilhões em carteira de novos pedidos, seu nível mais alto em nove anos.
Seus comentários foram feitos em um momento em que o governo do Brasil ainda estava em desacordo com Washington. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Trump neste domingo a Malásia para discutir acordos para a reduzir as tarifas.
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O que está em jogo para a Embraer são os pedidos de aviões, já que as tarifas aumentam o custo de seus produtos.
A fabricante de aviões considera um investimento de US$ 500 milhões em uma nova linha de montagem nos Estados Unidos, que criaria 2.500 empregos se o governo americano selecionar sua aeronave militar KC-390.
A empresa também planeja investir outros US$ 500 milhões em fábricas nos próximos cinco anos.
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A fabricante de jatos comerciais, executivos e de defesa tem conseguido resistir às ameaças tarifárias com um forte crescimento dos lucros, disse ele, acrescentando que a empresa tem um “plano robusto” para o próximo ano.
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