Dona da 99, Didi tem primeiro lucro desde 2021 antes de IPO em Hong Kong

Empresa chinesa de transporte por aplicativo busca recuperar o espaço desde que reguladores do país a forçaram a sair da Bolsa de Nova York

Sede na Didi na China: empresa aparenta ter superado desafios dos anos mais recentes
Por Sarah Zheng
13 de Novembro, 2023 | 03:26 PM

Bloomberg — A chinesa Didi Global, dona do aplicativo 99 no Brasil, registrou seu primeiro lucro desde 2021, mantendo a trajetória de recuperação gradual antes de uma listagem da empresa de serviços de transporte por aplicativo em Hong Kong em 2024.

A concorrente da Uber (UBER) registrou lucro líquido de 107 milhões de yuans (US$ 14,7 milhões) no terceiro trimestre, após retomar o registro de novos usuários em janeiro. A receita no trimestre encerrado em setembro subiu 25% para 51,4 bilhões de yuans, informou a empresa em comunicado nesta segunda-feira (13).

Os resultados indicam que a Didi tem avançado em seus esforços para recuperar a participação de mercado perdida desde 2021, quando reguladores lançaram uma investigação sobre o tratamento de dados e a forçaram a sair da Bolsa de Valores de Nova York.

Isso prejudicou a expansão dos negócios, afastou o cofundador Cheng Wei dos holofotes e permitiu que concorrentes como a Meituan avançassem em seu território na China. Em um aceno aos investidores, a Didi disse que autorizou um programa de recompra de ações de US$ 1 bilhão que ocorrerá nos próximos 24 meses.

PUBLICIDADE

“No futuro, esperamos continuar expandindo nossos negócios principais enquanto aprimoramos nossas capacidades de produtos e serviços”, disse Cheng, também CEO da Didi, em uma rara declaração desde o fim da investigação.

Antes aclamada como uma campeã nacional que expulsou o Uber da China, a rápida queda da Didi durante a repressão de Pequim em 2021 e 2022 se tornou um exemplo da incerteza sobre o empreendedorismo no setor privado durante o governo de Xi Jinping.

O retorno da Didi e sua futura relistagem ofereceriam um sinal forte do apoio renovado de Pequim ao setor de tecnologia, algo mais necessário do que nunca para reviver uma economia chinesa em dificuldades.

PUBLICIDADE

Isso aumentaria a confiança nas empresas privadas depois de anos de escrutínio regulatório que afetaram as líderes do setor na China, da Tencent à Alibaba, ambas empresas com investimentos na Didi.

A empresa planeja uma relistagem em Hong Kong no próximo ano, impulsionada por sinais crescentes de recuperação dos negócios desde que restaurou seus principais aplicativos nas lojas de aplicativos no início deste ano.

A Didi reduziu o prejuízo líquido e aumentou as vendas em mais de 52% no trimestre de junho. Em seu negócio principal na China, as transações diárias médias atingiram 31,3 milhões no trimestre de setembro, apesar de um sentimento do consumidor mais fraco do que o esperado em uma recuperação lenta após a pandemia.

Atualmente, a Didi só é negociada no mercado de balcão altamente ilíquido reservado para pequenas empresas, mas surpreendeu as expectativas com um ganho de 40% desde maio quanto atingiu o valor mais baixo, o que lhe confere um valor de mercado próximo a US$ 17 bilhões.

Em agosto, a Didi anunciou a venda de sua divisão de desenvolvimento de veículos elétricos para a Xpeng, movimento que fez com que a empresa de transporte por aplicativo emergisse com uma participação de 3,25% na fabricante de veículos elétricos.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

PUBLICIDADE

Hyundai dobra aposta em elétricos e investe US$ 1,5 bi em nova fábrica na Coreia

Réveillon em Dubai deve ser o mais cheio de sua história. E o mais caro também