Bloomberg — Daniel Vorcaro, CEO do Banco Master, negou as acusações de fraude que levaram o credor à liquidação na última terça-feira (18), uma das maiores do gênero no país.
Os advogados de Vorcaro disseram que não houve fraude nas operações investigadas pelas autoridades brasileiras. Eles também disseram que o próprio Vorcaro nunca foi investigado pelo Banco Central.
Na declaração, os advogados se referiram a R$ 12,8 bilhões mencionados pela imprensa local como carteiras de crédito supostamente fraudulentas que Master teria vendido ao Banco de Brasília (BRB).
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O Banco de Brasília, que é controlado pelo Distrito Federal, disse na sexta-feira (20) que substituiu mais de R$ 10 bilhões de tais carteiras, e que o restante não tem exposição direta ao Banco Master.
“Os fundamentos por trás da investigação contra Daniel Vorcaro são um fato inexistente até este momento”, disseram os advogados dele em um comunicado no sábado (22). “Não existe fraude de R$ 12 bilhões”.
Vorcaro foi preso na última segunda-feira (17) pela Polícia Federal sob a acusação de que seu banco teria fabricado operações de crédito falsas que foram posteriormente vendidas ao Banco de Brasília.
Os advogados do executivo disseram que as carteiras visadas na investigação não foram efetivamente transferidas, e que o Banco de Brasília efetivamente comprou outras carteiras, que não foram incluídas na investigação.
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“Nas operações que não seguiram as normas, o Banco Master, de boa fé, substituiu as carteiras originadas por terceiros e iniciou um processo de recompra dos saldos remanescentes”, disseram seus representantes.
Vorcaro foi detido em um aeroporto de São Paulo, onde as autoridades disseram que ele tentava fugir do país. Mais tarde, ele negou que estivesse tentando fugir e disse que estava deixando o Brasil para um possível negócio.
Horas depois de sua prisão, o Banco Central colocou o Banco Master em liquidação, em uma reviravolta dramática para um banco que cresceu rapidamente nos últimos anos usando o que os críticos disseram ser ativos opacos e arriscados.
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A liquidação do Master levará o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), a pagar os investidores que compraram os títulos do Master.
O FGC disse que o credor tinha cerca de 1,6 milhão de credores que deviam cerca de R$ 41 bilhões, mas o valor poderia saltar para até R$ 55 bilhões, disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Bloomberg News na terça-feira.
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