Bloomberg Línea — A Cury (CURY3) entregou novo resultado recorde no primeiro trimestre de 2025. A empresa alcançou patamar inédito de R$ 233,7 milhões em lucro líquido, alta de 51,7% em um ano.
A empresa não fornece guidance, mas investidores estão animados com o potencial que a criação da faixa 4 do Minha Casa Minha Vida (MCMV) pode ter nos próximos resultados. A partir de maio, famílias com renda entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil passam a ser enquadradas no programa e ganham acesso a juros menores que os praticados no mercado convencional.
“É algo que destrava esse segmento de renda, que andava meio adormecido”, avaliou Leonardo Mesquita, vice-presidente comercial da Cury, em entrevista à Bloomberg Línea. “Havia um limbo entre quem se encaixava no programa e quem podia comprar apartamentos a partir de R$ 1 milhão. A classe média estava desassistida”.
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Antes da ampliação do programa, a Cury concentrava 70% de seus lançamentos dentro do MCMV mas tinha também atuação no segmento imediatamente superior, que, a propósito, já era batizado internamente pela empresa como “faixa 4”.
A mudança vai permitir que 95% do portfólio da Cury fique enquadrado no programa e tenha acesso ao financiamento via FGTS – mais barato e com menos problemas de funding que o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).
Questionado sobre uma possível perda de foco do MCMV ao incluir a classe média, Mesquita reforça que a Cury não pretende mudar a estratégia. O foco é compor empreendimentos que tenham diferentes tipologias dentro de um mesmo projeto, atendendo tanto ao core business na faixa 3 quanto o novo segmento. “O mais interessante para nós é mesclar rendas.”
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Os números do 1º trimestre
A receita líquida da companhia foi de R$ 1,21 bilhão nos primeiros três meses do ano, valor recorde que representa aumento de 45,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A geração de caixa, por sua vez, atingiu R$ 25,7 milhões, ganho de 50,4% na comparação anual.
A Cury lançou 14 empreendimentos no primeiro trimestre de 2025, nove deles em São Paulo e outros cinco no Rio de Janeiro, totalizando um valor geral de vendas (VGV) de R$ 2,78 bilhões – alta de 47,7% em base anual.
As vendas líquidas somaram R$ 1,2 bilhões, alta de 35,7% em 12 meses.
O preço médio das unidades vendidas no trimestre foi de R$ 304,8 mil, valor 3,6% menor do que os R$ 316,2 mil registrados no mesmo período do ano anterior.
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