Crise no luxo? Birkenstock prevê crescer até 18% no ano, mas investidor quer mais

Fabricante alemã de calçados prevê receitas de US$ 1,92 bilhão neste ano, acima da média das projeções de analistas; ação, no entanto, caiu cerca de 8% após resultados e projeções

Marca alemã de sandálias de couro divulgou seus primeiros resultados desde que abriu o capital em outubro de 2023
Por Tim Loh
19 de Janeiro, 2024 | 11:09 AM

Bloomberg — A Birkenstock (BIRK), fabricante alemã de sandálias, disse prever um crescimento robusto nas vendas neste ano, impulsionado pela demanda por modelos mais caros, bem como por sapatos fechados.

A receita poderá crescer até 18%, atingindo 1,76 bilhão de euros (US$ 1,92 bilhão), informou a empresa nesta quinta-feira (18), em seu primeiro relatório de resultados desde a oferta pública inicial (IPO) em outubro. Essa previsão supera a média de 1,69 bilhão de euros estimada pelos analistas para o ano.

O CEO Oliver Reichert argumentou que a Birkenstock ainda tem muito espaço para crescer após a rápida expansão da última década.

A empresa, cujas raízes remontam a 1774, mira países previamente intocados, como China e Índia, evitando preocupações com inflação e contenção de gastos em mercados mais tradicionais.

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A empresa reportou uma receita que superou as estimativas dos analistas para o quarto trimestre fiscal.

Tradicionalmente conhecida por suas sandálias sem adornos, a Birkenstock expandiu sua oferta de calçados mais caros e sua linha de produtos fechados nos últimos anos, incluindo o tênis Bend, as botas Highwood e mais tamancos com forro de lã.

Embora a Birkenstock tenha chamado a atenção de designers desde a década de 1980, a empresa realmente abraçou o mundo da moda ao longo da última década, lançando colaborações com marcas de luxo como Dior, Manolo Blahnik e Rick Owens.

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No verão passado, a Birkenstock se beneficiou de uma participação no blockbuster filme da “Barbie”, estrelado por Margot Robbie no papel principal usando um par de Birkenstocks rosa em uma cena. Isso reforçou o apelo multigeracional da marca, que realiza a grande maioria de sua produção na Alemanha.

Após um início de negociação com pouco entusiasmo entre investidores, as ações da Birkenstock subiram e estavam cerca de 8% acima do preço de sua listagem até o fechamento na quarta-feira (17). A divulgação das projeções decepcionou parte do mercado, e o papel caiu cerca de 8% na quinta.

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