Bloomberg — A Bayer ganhou um impulso inesperado neste verão: a transferência do astro do futebol Florian Wirtz para o Liverpool Football Club por um valor estimado em £ 116 milhões (US$ 154 milhões).
Normalmente, o fato de a Bayer ser proprietária do time de futebol Bayer 04 Leverkusen não influencia muito seus resultados financeiros.
Mas esse foi um ponto positivo nos lucros do segundo trimestre publicados nesta quarta-feira (6), em meio aos desafios que o conglomerado alemão enfrenta em seus negócios tradicionais.
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“Se tivermos essas transferências, precisamos comparar o valor contábil com os preços que recebemos e isso pode levar a um resultado extraordinário em vários jogadores”, disse o diretor financeiro Wolfgang Nickl em uma ligação com os repórteres.
A notícia levou pelo menos um investidor a questionar por que a Bayer não mencionou o aumento impulsionado pelo futebol quando divulgou os resultados preliminares na semana passada.
A empresa declarou apenas que na reconciliação, a parte do negócio que inclui o desempenho financeiro do programa de futebol, os lucros ajustados “melhoraram para menos € 13 milhões”.
Essa declaração sugeriu que o desempenho da Bayer melhorou mais do que de fato melhorou, de acordo com Markus Manns, gerente de portfólio da Union Investment, em Frankfurt.
“A Bayer marcou um gol contra” com a declaração da semana passada, disse Manns em um e-mail.
“Algo assim não deveria acontecer nas comunicações do mercado de capitais”.
As ações da Bayer caíram até 7,5% em Frankfurt, a maior queda intradiária em quase três meses.
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A empresa disse que aumentou sua previsão para o ano inteiro no comunicado da semana passada devido à forte demanda por seus produtos farmacêuticos.
O programa de futebol da Bayer gerou muito orgulho corporativo no ano passado, quando se tornou o primeiro time a ficar invicto na Bundesliga, a primeira divisão da Alemanha. Wirtz, um meio-campista ofensivo, ganhou o prêmio de jogador do ano naquela temporada.
Em junho, Wirtz, de 22 anos, trocou o Bayer Leverkusen pelo Liverpool, onde começará a ajudar o clube a defender o título da Premier League neste mês.
Problemas nos negócios
De volta a Leverkusen, a empresa apresentou resultados mistos, e citou a forte demanda por novos medicamentos para câncer e rins e as vendas lentas do herbicida Roundup.
A empresa enfrenta grandes desafios em todas as suas três divisões de negócios. A unidade farmacêutica está enfrentando perdas de patentes para dois de seus medicamentos de grande sucesso.
A divisão de ciências agrícolas está envolvida em um litígio em massa nos EUA sobre o Roundup e os PCBs tóxicos.
Enquanto isso, o crescimento está desacelerando no negócio de saúde do consumidor, que em breve poderá ser ainda mais prejudicado pelos efeitos das tarifas que aumentam os custos nos EUA.
Esses problemas, no entanto, normalmente estão muito distantes dos altos e baixos do programa de futebol.
No passado, os líderes da Bayer afirmaram que não tinham intenção de vender o time esportivo em uma tentativa de reforçar o caixa do negócio principal.
Nickl observou que Wirtz não foi o único jogador que contribuiu para esse efeito. O Liverpool também pagou pelo zagueiro Jeremie Frimpong, do Bayer Leverkusen, por exemplo.
Também não é a primeira vez que o Bayer vê um aumento nos ganhos por perder um grande talento do futebol. Em 2020, o Chelsea contratou Kai Havertz, ex-astro do Bayer Leverkusen.
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