Bloomberg — Tornou-se uma das notícias mais virais do ano - com raízes no mundo corporativo e nas relações de trabalho entre colaboradores. E ganhou novos desdobramentos.
O CEO da Astronomer, flagrado abraçando a diretora de RH durante o “momento do beijo” no show do Coldplay em Boston, nos Estados Unidos, na última quarta-feira (16), em suspeito caso extraconjugal, pediu demissão no sábado (19).
“Como já afirmado anteriormente, a Astronomer mantém seu compromisso com os valores e a cultura que nos orientam desde a nossa fundação. Espera-se que nossos líderes sejam exemplo tanto em conduta quanto em responsabilidade, e recentemente esse padrão não foi cumprido”, disse a empresa de tecnologia em post no LinkedIn.
“Andy Byron apresentou sua renúncia, e o Conselho de Administração a aceitou. O Conselho iniciará a busca por nosso próximo CEO, enquanto o cofundador e diretor de produto, Pete DeJoy, continua atuando como CEO interino”, afirmou.
Byron, com mais de duas décadas de experiência em cargos de liderança na indústria de tecnologia, comandava a Astronomer desde 2023. Ele não se pronunciou até o momento de forma pública. O mesmo (silêncio) aconteceu com o Coldplay, que segue com os shows de sua turnê mundial Music of the Spheres.
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A companhia com sede em Nova York havia inicialmente colocado ambos os funcionários em licença, depois que o episódio ganhou repercussão mundial, destacando o que foi colocado como traição conjugal de ambos em relação a seus respectivos parceiros e conduta inapropriada no trabalho.
A Astronomer também se posicionou sobre o impacto que o episódio teve até aqui para a companhia de tecnologia.
“Antes desta semana, éramos reconhecidos como pioneiros no espaço de DataOps, ajudando equipes de dados a impulsionar desde análises modernas até inteligência artificial em produção.”
A empresa tem como principal produto o Astro, uma plataforma DataOps com foco em orquestração baseada no Apache Airflow, que capacita equipes a criar, executar e monitorar pipelines de dados que funcionam em um só lugar.
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“Embora a percepção sobre nossa empresa possa ter mudado da noite para o dia, nosso produto e nosso trabalho para os clientes continuam os mesmos. Seguimos fazendo o que sabemos fazer melhor: ajudar nossos clientes a enfrentar seus maiores desafios em dados e inteligência artificial”, disse a companhia.
Recentemente, em maio, a Astronomer havia anunciado ao mercado uma rodada Série D em que captou US$ 93 milhões, liderada pela Bain Capital Ventures, com Salesforce Ventures e investidores já presentes: Insight, Meritech, and Venrock, with Bosch Ventures.
Os recursos serão destinados para investimento em pesquisa e desenvolvimento e para bancar a expansão internacional. A empresa recentemente abriu um escritório em Londres para atender os mercados da Europa, do Oriente Médio e da África.
E está em fase de crescimento acelerado, acima de 100% no conceito de receitas anualizadas recorrentes (ARR), a caminho da lucratividade em dois anos, de acordo com informações em seu site.
Na sexta (18), a startup de tecnologia disse que o conselho de administração havia iniciado uma investigação formal do caso e esclareceu que as diferentes versões de manifestação do seu então CEO após o caso eram falsas.
A diretora de RH - Chief People Officer -, Kristin Cabot, segue em licença, segundo as informações disponibilizadas. A executiva com mais de 20 anos de carreira havia sido contratada em novembro de 2024, de acordo com informações no site da Astronomer.
““A liderança excepcional de Kristin e sua profunda experiência em gestão de talentos, engajamento de funcionários e expansão de estratégias de pessoas serão fundamentais à medida que continuamos nossa trajetória acelerada”, disse o então CEO sobre as competências da nova chefe de RH.
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