‘Carro voador’ chinês de US$ 270 mil estreia em Dubai e mira super-ricos do Golfo

Fabricado pela chinesa Aridge, modelo elétrico já soma 600 encomendas em países do Golfo e deve chegar ao mercado até 2027

O primeiro voo público tripulado do Land Aircraft Carrier da Aridge em Palm Jumeirah, em Dubai, ocorreu no domingo (Foto: GIUSEPPE CACACE/AFP via Getty Images)
Por Eman Abouhassira - Omar El Chmouri
13 de Outubro, 2025 | 09:18 AM

Bloomberg — Em uma cidade que não é estranha a paisagens de cair o queixo, o carro voador de fabricação chinesa que pairava sobre um dos resorts de praia mais luxuosos de Dubai ainda chamava a atenção.

Ao fazer uma demonstração de um voo tripulado de seu novo Land Aircraft Carrier para um público seleto nos Emirados Árabes Unidos no domingo, a Aridge, sediada em Guangzhou, fez sua mais recente proposta para se tornar a opção de transporte preferida dos super-ricos do Golfo.

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Liberada do porta-malas de uma nave-mãe robusta e com rodas - essencialmente, um transportador de pessoas de tamanho grande e com aparência futurista - a aeronave elétrica pode decolar e aterrissar verticalmente como um helicóptero convencional.

Segundo a Aridge, ela já atraiu 600 encomendas, inclusive do Ali & Sons Group, dos Emirados Árabes Unidos, e do Almana Group, do Catar.

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O carro voador da Aridge, que é controlado por um joystick e tem um modo de voo automatizado, custará menos de US$ 270.000 no mercado chinês. Ainda não foi anunciado o preço para os Emirados Árabes Unidos.

“Ele foi projetado para ser acessível e poder ser pilotado por pessoas comuns, todo mundo - você não precisa ser um piloto profissional”, disse Michael Chao Du, diretor financeiro e vice-presidente da Aridge, em uma entrevista.

Veículo "nave-mãe" da Aridge, usado para lançar o LAC. (Foto: Omar El Chmouri/Bloomberg)

A Aridge, uma unidade da XPENG Motors, que mudou a marca da XPENG AEROHT, faz parte de uma tendência crescente nos Emirados Árabes Unidos, país rico em energia, famoso por seus arranha-céus e demonstrações ostensivas de tecnologia e riqueza.

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A empresa sofreu um revés no mês passado, quando uma de suas aeronaves pegou fogo em um show aéreo chinês.

Os avanços na tecnologia de baterias levaram dezenas de empresas de táxi voador a voar pelos céus do mundo todo.

Mas com bilhões de dólares já gastos em pesquisa e fabricação, não está claro se o setor tem um futuro viável além dos super-ricos.

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Até mesmo algumas das startups mais conhecidas do setor tiveram dificuldades para obter financiamento e o mercado de massa para a aeronave não foi comprovado.

A Joby Aviation, operadora de embarcações elétricas de decolagem e aterrissagem vertical com sede em Santa Cruz, também planeja introduzir um serviço de táxi aéreo em Dubai.

O primeiro voo público tripulado do Land Aircraft Carrier da Aridge em Palm Jumeirah, em Dubai, no domingo, ocorreu depois que a Aridge obteve, em setembro, uma autorização especial de voo para uma aeronave tripulada no exterior da Autoridade Geral de Aviação Civil dos Emirados Árabes Unidos.

Ela precisará de outras autorizações para operar e vender após essa fase de testes.

Os carros voadores são “o futuro da mobilidade”, disse Ali Al Blooshi, funcionário da autoridade de aviação civil de Dubai, no evento. “Esperamos que eles se tornem acessíveis e econômicos em breve, à medida que mais empresas entrarem no mercado.”

A Aridge diz que começou a produção em massa em uma instalação chinesa capaz de produzir 10.000 unidades por ano. A expectativa é que as primeiras vendas ao consumidor ocorram em 2027.

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