Bloomberg — A Braskem contratou consultores financeiros e jurídicos para encontrar maneiras de otimizar sua estrutura de capital enquanto enfrenta os efeitos de uma queda no setor petroquímico e as consequências de um desastre ambiental que já dura anos.
Os consultores foram contratados para ajudar a preparar um “diagnóstico de alternativas econômicas e financeiras para otimizar sua estrutura de capital”, disse a empresa em um documento divulgado nesta sexta-feira.
O documento, que não cita os nomes dos consultores, também diz que a empresa continua focada na implementação de iniciativas para mitigar os impactos da queda prolongada da indústria química brasileira e para fortalecer a competitividade da indústria química brasileira.
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A Braskem Idesa, uma joint venture entre a Braskem e o Grupo Idesa, do México, também trabalha com consultores.
A Braskem tem enfrentado dificuldades com o excesso de oferta e a fraca demanda no setor petroquímico, além das contínuas consequências do colapso de uma mina de sal no estado de Alagoas, que lhe custou o status de grau de investimento.
Mais recentemente, as conversas sobre uma possível aquisição pelo magnata brasileiro Nelson Tanure, conhecido por seus investimentos em ativos problemáticos, provocaram o temor de uma reestruturação.
Os títulos da empresa refletiram o ano difícil, ao entregarem aos investidores uma perda de 33% em 2025, um dos piores desempenhos entre as empresas de mercados emergentes.
Para fins de comparação, um indicador da Bloomberg que acompanha seus pares ganhou 7% no mesmo período.
Na semana passada, a S&P Global Ratings rebaixou a nota da empresa de BB- para B+, com perspectiva negativa, e afirmou que as medidas que a Braskem tem tomado para melhorar sua lucratividade e liquidez podem não ser suficientes para mitigar a queima de caixa nos próximos trimestres.
A Moody’s Ratings e a Fitch Ratings já haviam rebaixado o rating da dívida depois que os resultados “desanimadores” do segundo trimestre mostraram uma persistente queima de caixa e o aumento dos níveis de endividamento.
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A empresa iniciou negociações com um sindicato de bancos para renovar uma linha de crédito sem garantia de US$ 1 bilhão que vence no final do próximo ano, disseram pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News nesta semana.
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