Boicote por guerra em Gaza reduz participação da Coca-Cola na Turquia e no Paquistão

A participação da marca caiu cinco pontos percentuais no mercado turco e quatro no paquistanês após movimento de críticas às empresas ocidentais com supostas ligações com Israel

A Coca-Cola perdeu terreno em dois de seus maiores mercados da Ásia Central após os apelos de boicote às empresas ocidentais com supostas ligações com Israel (Foto: Kerem Uzel/Bloomberg)
Por Faseeh Mangi
08 de Setembro, 2025 | 03:25 PM

Bloomberg — A Coca-Cola perdeu terreno em dois de seus maiores mercados da Ásia Central após os apelos de boicote às empresas ocidentais com supostas ligações com Israel, embora sua posição dominante provavelmente a proteja de qualquer consequência de longo prazo do prolongado conflito em Gaza.

A participação da Coca-Cola Icecek, sediada em Istambul, no mercado turco caiu cinco pontos percentuais, para 54%, e sua participação no mercado de bebidas com gás do Paquistão caiu quatro pontos percentuais, de acordo com dados divulgados no mês passado pela empresa. Também foram registradas quedas no Quirguistão, Jordânia e Uzbequistão.

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“Os boicotes tiveram um impacto evidente nesses mercados”, disse Hasnain Malik, chefe de pesquisa de estratégia de ações da Tellimer Technologies. “Isso cria uma oportunidade duradoura para concorrentes menores e de marca local, sem qualquer mudança de percepção popular sobre o operador histórico.”

Os números oferecem uma visão geral de como as perturbações geopolíticas da guerra em Gaza podem transformar o gosto dos consumidores.

Algumas das marcas mais conhecidas do mundo, incluindo a McDonald’s e o Carrefour, foram atingidas por pedidos de boicote a marcas vistas como vinculadas a Israel e tiveram que navegar em um ambiente de consumo cada vez mais desafiador à medida que o conflito se prolonga.

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Boicotes levam a queda de mercado da Coca-Cola em vários países

A Coca-Cola Icecek foi afetada pelas pressões macroeconômicas em curso, bem como pelo conflito no Oriente Médio, disse o CEO Karim Yahi em uma reunião com analistas no mês passado.

O lucro líquido da empresa caiu 31%, para cerca de US$ 124 milhões no segundo trimestre, embora o resultado tenha superado as estimativas.

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A empresa, que engarrafa e distribui bebidas, não respondeu às solicitações da Bloomberg News para fazer mais comentários sobre a queda em sua participação no mercado.

Apesar do declínio da participação, a Coca-Cola ainda domina os mercados da Ásia Central e seus vizinhos, e os volumes gerais estão crescendo.

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É provável que a empresa resista à imprevisibilidade causada pelo conflito de Gaza, mesmo com marcas locais menores, como a Cola Next, no Paquistão, e a Mojo, da Akij Food & Beverage, em Bangladesh, com participação nas margens.

“A maioria das pessoas que queria boicotar as marcas ocidentais já o fez”, e é provável que os consumidores retornem quando o conflito terminar, disse Alex Dray, diretor de pesquisa de mercados emergentes da Gimme Credit.

“O forte reconhecimento da marca Coca-Cola significa que há pouco risco de uma mudança generalizada para as marcas locais.”

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