Bloomberg — A BioNTech concordou em comprar CureVac, uma ex-rival histórica na produção de vacina contra a covid-19, por cerca de US$ 1,25 bilhão, em uma transação que, se espera, impulsionará seu crescente negócio de oncologia.
Os investidores da CureVac receberão aproximadamente US$ 5,46 em ações da BioNTech para cada ação que possuem, informaram as empresas na quinta-feira. O preço representa um prêmio de 34% sobre o preço de fechamento das ações da CureVac na quarta-feira.
Os acionistas da CureVac possuirão entre 4% e 6% da BioNTech após o fechamento do negócio.
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O acordo encerra décadas de rivalidade entre as duas empresas, que chegou ao ápice durante a corrida para desenvolver uma vacina contra a covid-19.
A BioNTech tem avançado na corrida com sua parceira Pfizer, transformando-se em uma das principais empresas de biotecnologia da Europa.
A vacina da CureVac nunca chegou ao mercado depois de se mostrar menos eficaz em testes clínicos.
As ações da CureVac subiram 26% nas negociações antes da abertura das bolsas dos EUA, enquanto a BioNTech ganhou 1,5%. Ambas são negociadas na Nasdaq.
A CureVac se afastou do trabalho com doenças infecciosas, concentrando-se em imunoterapias contra o câncer.
A oncologia também é uma área importante para a BioNTech, e a aquisição reunirá “capacidades complementares” para aumentar a capacidade da BioNTech em câncer, disse o CEO Ugur Sahin em um comunicado.
O acordo também representa uma saída para o governo alemão, que detém 13,3% da CureVac após ter assumido uma participação durante a pandemia. Ele receberá cerca de US$ 163 milhões em ações da BioNTech nos termos do acordo.
O governo tem uma visão positiva da transação, de acordo com a BioNTech.
A BioNTech espera ter compromissos contratuais para apoiar o negócio de um pouco mais da metade dos acionistas da CureVac, incluindo seu principal investidor, Dietmar Hopp, o bilionário alemão que co-fundou a gigante de software SAP SE.
A aquisição é a mais recente de uma série de medidas da BioNTech para alavancar seus bilhões de dólares da Covid em seu crescente portfólio de câncer.
No início deste mês, a empresa licenciou um medicamento de próxima geração contra o câncer para a Bristol-Myers Squibb por até US$ 11,1 bilhões.
A transação está sujeita a determinados limites de quantas ações seriam trocadas se o preço das ações da BioNTech atingisse determinados níveis cinco dias antes do fechamento do negócio, o chamado mecanismo de colarinho. Ambos os conselhos aprovaram a transação.
-- Com a colaboração de Michael Msika.
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