Aura Minerals estreia negociação em Nova York e levanta US$ 196 milhões

Mineradora de ouro e cobre que tem operações no Brasil diz que espera usar os recursos para concluir a compra da Mineração Serra Grande, da AngloGold Ashanti

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Bloomberg — As ações da Aura Minerals (AUGO) tiveram pouca variação em relação ao preço da oferta em sua estreia nas negociações dos Estados Unidos, depois que a mineradora de ouro e cobre levantou US$ 196 milhões em uma listagem em Nova York.

As ações da empresa foram negociadas a US$ 24,05 cada, a partir das 13h13, em Nova York, um pouco abaixo do preço da oferta de US$ 24,25.

A Aura, que já é negociada em bolsas de valores no Canadá e no Brasil, vendeu 8,1 milhões de ações na estreia nos Estados Unidos, de acordo com um registro na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC.

A listagem nos Estados Unidos foi feita com um desconto de 6% em relação ao valor de fechamento das ações na terça-feira em Toronto.

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O valor de mercado da Aura, sediada em Coconut Grove, na Flórida, mais do que dobrou este ano, subindo para cerca de C$ 2,7 bilhões (US$ 2 bilhões) em Toronto, graças, em parte, aos preços do ouro, que subiram acentuadamente no mesmo período.

Os recursos obtidos com a listagem da empresa nos Estados Unidos serão usados para fins que incluem o financiamento do componente em dinheiro de US$ 76 milhões da aquisição da Mineração Serra Grande (MSG), da AngloGold Ashanti, anunciada em junho.

A MSG é a proprietária e operadora da mina de ouro de Serra Grande, no Brasil, segundo o registro.

A Aura espera fechar essa transação em agosto, disse o CEO Rodrigo Barbosa em uma entrevista à Bloomberg News, acrescentando que a empresa não procuraria levantar fundos adicionais.

“Podemos administrar e financiar todos os nossos projetos de crescimento e continuar a pagar dividendos”, disse ele.

A empresa também procura aumentar seus volumes diários de negociação à medida que busca transferir sua listagem principal para os Estados Unidos, disse Barbosa, acrescentando que a transação de quarta-feira foi quase quatro vezes subscrita em excesso.

A Aura Minerals solicitará a conexão de seus recibos de depósito no Brasil (BDRs) com sua nova listagem na Nasdaq, deixando de ser listada em Toronto nos próximos 30 dias.

O fundador Paulo Carlos de Brito é proprietário de 39,8 milhões de ações ordinárias da Aura, ou cerca de 53% das ações em circulação, segundo o registro.

A Aura tem minas no México, em Honduras, na Colômbia e no Brasil, segundo o registro.

Nos 12 meses encerrados em 31 de março, cerca de dois terços de sua receita vieram do ouro e o terço restante do concentrado de ouro e cobre.

A Aura teve um prejuízo líquido de US$ 73,2 milhões nos três meses encerrados em 31 de março sobre uma receita de US$ 161,8 milhões, em comparação com um prejuízo líquido de US$ 9,2 milhões sobre uma receita de US$ 132,1 milhões um ano antes, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A oferta foi liderada pelo Bank of America e pelo Goldman Sachs. As ações da empresa agora são negociadas no Nasdaq Global Select Market sob o símbolo AUGO.

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