Apple acelera saída da China e amplia produção no Vietnã com foco em casa inteligente

Empresa se aliou à BYD para desenvolver uma gama de novos dispositivos domésticos para o próximo ano, que incluem câmeras internas de segurança e um display projetado para controlar eletrodomésticos e servir como central de comando de uma residência

Empresa se aliou à BYD para desenvolver uma gama de novos dispositivos domésticos para o próximo ano
Por Mark Gurman
15 de Outubro, 2025 | 02:19 PM

Bloomberg — A Apple se prepara para expandir as operações de manufatura no Vietnã como parte de um impulso para o mercado de casas inteligentes e um esforço contínuo para diminuir a dependência da China.

A empresa desenvolveu uma gama de novos dispositivos domésticos para o próximo ano, que incluem câmeras internas de segurança e um display projetado para controlar eletrodomésticos e servir como central de comando de uma residência. Um robô de mesa mais avançado — capaz de usar motores e sensores para se mover — está previsto para ser lançado em 2027.

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Todos os três produtos devem ser fabricados no Vietnã, uma grande mudança na forma como a Apple aborda uma nova categoria de produtos, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

A empresa normalmente fabrica novos dispositivos na China antes de expandir a produção para outros lugares ou transferi-la para outro local.

Para o próximo hub doméstico e o robô posterior, a empresa está se à BYD, uma empresa chinesa mais conhecida por seus veículos elétricos, mas cada vez mais envolvida na cadeia de suprimentos de hardware da Apple.

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Um robô de mesa mais avançado — capaz de usar motores e sensores para se mover — está previsto para ser lançado em 2027

A BYD cuidará do que é conhecido como montagem final, testes e embalagem. Esta é a etapa em que os dispositivos são construídos, testados e preparados para envio aos clientes e lojas de varejo.

A empresa também planeja expandir a fabricação de iPads com a BYD no Vietnã, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as iniciativas ainda não foram anunciadas.

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A gigante da tecnologia já produz alguns iPads, AirPods, Apple Watches, Macs e HomePods mais antigos no país. Um porta-voz da empresa sediada em Cupertino, na Califórnia, não respondeu a um pedido de comentário.

A expansão ressalta a crescente dependência do Vietnã como um importante centro de produção da Apple.

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A empresa tem diversificado as operações para além da China, enquanto lida com crescentes tensões geopolíticas, ameaças constantes de tarifas e o risco de interrupções na cadeia de suprimentos.

No entanto, a Apple não escapará das tarifas ao transferir a produção para o Vietnã com a intenção de vender aos EUA. Os produtos importados daquele país estão sujeitos a uma alíquota de 20% sob as tarifas recíprocas anunciadas em 31 de julho pelo governo Trump.

A Índia, entretanto, se tornou uma base para a produção de iPhones destinados aos EUA. E a Apple fabrica alguns produtos, incluindo Macs, na Malásia e na Tailândia.

O hardware do novo hub para casas — uma tela quadrada de aproximadamente 7 polegadas — foi concluído há quase um ano. O lançamento do produto estava previsto para março de 2025, coincidindo com uma versão reformulada da assistente de voz Siri. Mas o software de inteligência artificial por trás da Siri foi adiado, levando a Apple a atrasar o hardware também.

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Depois de descartar as metas de lançamento em junho e outubro, a Apple agora pretende lançar o dispositivo na primavera do hemisfério Norte de 2026.

A Apple fixou um preço em torno de US$ 350 para o novo dispositivo. Isso seria cerca de US$ 50 a mais do que o HomePod de tamanho normal e ainda muito acima dos produtos concorrentes da Amazon e do Google, da Alphabet.

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