Ajuda ao Will Bank, do Master, pode envolver FGC e venda ao Mubadala, dizem fontes

Fintech que oferece cartões de crédito para clientes de baixa renda com a bandeira Mastercard foi adquirida pelo Banco Master em 2024, mas ficou de fora do processo de liquidação iniciado no mês passado e está sob o regime especial de administração temporária do Banco Central

Fundo soberano de Abu Dhabi negocia comprar o controle da fintech brasileira sob o regime especial de administração temporária do Banco Centraldificuldades
Por Cristiane Lucchesi
08 de Dezembro, 2025 | 06:32 PM

Bloomberg — O Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, negocia comprar o controle do Will Bank, fintech brasileira que enfrenta dificuldades, em um negócio que envolveria a ajuda da empresa de pagamentos Mastercard e do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) do Brasil, segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

O Mubadala faria uma injeção de capital na fintech, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas pois as negociações não são públicas. O FGC cogita conceder um empréstimo à fintech e considera a opção de conversão da dívida em participação acionária, disseram as pessoas.

PUBLICIDADE

O Will Bank paga à Mastercard por seus serviços e a empresa de pagamentos avalia ampliar prazos desses pagamentos, disseram as pessoas.

Leia também: De herdeiro imobiliário a banqueiro: a trajetória de Daniel Vorcaro até o Master

As discussões estão em andamento e podem não resultar em um acordo, disseram as pessoas. Representantes do Will Bank e do FGC não quiseram comentar. O Mubadala e a Mastercard não responderam imediatamente a pedidos de comentário.

PUBLICIDADE

O Will Bank, que oferece cartões de crédito para clientes de baixa renda com a bandeira Mastercard, foi adquirido pelo Banco Master em 2024. No entanto, no mês passado, o Banco Central anunciou que iniciaria o processo de liquidação do Banco Master devido a alegações de fraude. O banco nega as acusações.

O Will Bank não foi incluído nesse processo de liquidação. A fintech está sob o regime especial de administração temporária do Banco Central, que busca alternativas e tenta minimizar as perdas para o FGC e seus credores, incluindo a Mastercard.

Leia também: Liquidação do Master serve de alerta para falhas do sistema bancário no Brasil

PUBLICIDADE

O regime especial de administração temporária garante que o Will Bank não sofrerá interrupções ou suspensões em suas atividades normais e poderá ser vendido com a aprovação do interventor, segundo as pessoas.

A Laplace Finanças, contratada pelo Banco Master para ajudar na venda do Will Bank, continua assessorando o processo, de acordo com as pessoas.

A Laplace não comentou.

PUBLICIDADE

Em dezembro de 2024, o Will Bank possuía R$ 7,1 bilhões em recebíveis de cartões de crédito e uma interrupção em seus serviços poderia prejudicar os consumidores e gerar potenciais prejuízos para a Mastercard, disseram as pessoas.

No final do ano passado, a fintech tinha cerca de R$ 7,5 bilhões em depósitos que poderiam precisar da garantia do FGC em caso de liquidação, disseram as pessoas.

A fintech registrou um prejuízo de R$ 244,7 milhões no primeiro semestre deste ano, segundo o site do Banco Central.

Veja mais em bloomberg.com