Bloomberg — A Airbus anunciou que a maioria das cerca de 6.000 aeronaves da família A320 afetadas por uma falha de software recebeu a modificação necessária no fim de semana. O avanço ajuda a fabricante de aviões europeia a evitar uma interrupção mais ampla no que se tornou o maior recall da empresa até o momento.
Menos de 100 aeronaves ainda precisam receber uma correção de software antes de poderem retornar ao serviço, disse a Airbus em um comunicado na segunda-feira (1º).
A empresa revelou pela primeira vez na sexta-feira (28) que um incidente ocorrido há cerca de um mês havia demonstrado a necessidade de uma atualização urgente do sistema em seu jato mais utilizado para garantir o uso seguro dos comandos de voo.
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O anúncio surpresa na sexta-feira, que foi seguido por um despacho de emergência dos órgãos reguladores exigindo providências antes do próximo voo regular da aeronave, pegou as companhias aéreas e o público que voava desprevenidos.
A correção real, uma revisão de uma versão anterior do software que ajuda a manter o funcionamento dos controles de voo, acabou sendo uma medida bastante rápida para a maioria das companhias aéreas, com apenas uma pequena quantidade exigindo atenção mais complexa.
“A Airbus pede desculpas por quaisquer desafios e atrasos causados aos passageiros e às companhias aéreas por esse evento”, disse a empresa.
A Airbus caiu 1,9%, para €200,5 no início das negociações em Paris. As ações subiram cerca de 31% até o momento neste ano.
O software em questão ajuda a controlar os computadores do elevator-aileron do avião - conhecido como ELAC 2 - que a Airbus descobriu ter funcionado mal em um voo em 30 de outubro envolvendo um avião da Jetblue Airways.
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O fabricante de aviões disse que a causa foi a “intensa radiação solar”, uma ocorrência que pode fazer com que um sistema eletrônico se comporte de maneira inesperada.
O recall ressalta o foco intenso do setor em segurança e precaução, e é um lembrete da importância atual do software funcional para ajudar a pilotar aeronaves complexas como o A320, o avião mais popular do fabricante.
A Boeing aprendeu há alguns anos o quão catastrófico pode ser o mau funcionamento dos sistemas de bordo. Duas aeronaves 737 Max, o modelo concorrente do Airbus A320, caíram em rápida sucessão no final de 2018 e no início de 2019.
Posteriormente, descobriu-se que um sistema de estabilização conhecido como MCAS forneceu as entradas erradas durante o voo, confundindo os pilotos e, por fim, levando a desastres que mataram todos a bordo dos dois jatos.
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