Bloomberg — A Aegea Saneamento está trabalhando com BTG Pactual, Itaú BBA e Morgan Stanley para um possível IPO em 2026, segundo pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.
Com o apoio dos principais acionistas Itaúsa e do fundo soberano de Singapura GIC, a Aegea mira uma possível “janela” para uma listagem local no primeiro semestre de 2026, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas ao discutir assuntos privados.
O cronograma pode mudar com base nas condições de mercado e na demanda dos investidores, segundo elas.
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A empresa, maior operadora privada de saneamento do Brasil, expandiu rapidamente sua presença ao longo da última década à medida que governos terceirizam serviços de água e esgoto para cumprir as metas nacionais de saneamento.
A Aegea e o Morgan Stanley se recusaram a comentar. O Itaú e o BTG Pactual não responderam aos pedidos de comentário.
A expansão da Aegea tem sido sustentada por investimentos “pesados” e acesso constante aos mercados de crédito. Uma oferta de ações permitiria à empresa reformular sua estrutura de capital.
A companhia aumentou seu nível de endividamento para apoiar seus planos de expansão e investimento, escreveram analistas da S&P Global Ratings em um relatório de setembro, citando o crescimento “agressivo” da empresa.
Sua relação dívida líquida/Ebitda subiu para 3,7 vezes ao final do terceiro trimestre, ante 3,5 vezes um ano antes, de acordo com seus registros.
A empresa administra dezenas de concessões municipais em vários estados, incluindo grandes operações em Mato Grosso, Rio de Janeiro e, mais recentemente, no Rio Grande do Sul, após adquirir o controle da Corsan.
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Para o próximo ano, a Aegea também analisa uma possível oferta no processo de privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais, disseram as pessoas. O negócio, que depende de decisões do governo estadual, ainda está na fase de discussão.
O mercado brasileiro de IPOs tem estado amplamente paralisado desde que o Nubank abriu capital em dezembro de 2021 em uma oferta de grande porte nos Estados Unidos, na NYSE.
O fraco desempenho de várias empresas que abriram o capital na bolsa local, a B3, combinado com um apetite reduzido por ações em meio a um ambiente de juros elevados no Brasil, pesou negativamente sobre novas ofertas iniciais.
Com os investidores agora esperando que as taxas de juros caiam no próximo ano, algumas empresas brasileiras — incluindo o banco digital PicPay — estão em busca de acessar o mercado nos próximos meses.
Outra empresa brasileira de saneamento, a Sabesp, passou por um processo de privatização no ano passado. Suas ações subiram cerca de 60% desde a oferta, em comparação com uma alta de 25% do índice de referência.
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