Adeus, Big Mac: McDonald’s tem maior queda nas vendas desde a pandemia

O desempenho reflete a falta de confiança do consumidor, o que tem dificultado a atração de clientes para os restaurantes

A McDonald's Corp. Big Mac hamburger is arranged for a photograph in Tiskilwa, Illinois, U.S., on Friday, April 15, 2016. McDonald's Corp. is expected to report quarterly earnings on April 22. Photographer: Daniel Acker/Bloomberg
Por Daniela Sirtori
01 de Maio, 2025 | 02:01 PM

Bloomberg — As vendas do McDonald’s (MCD) nos Estados Unidos caíram acentuadamente no primeiro trimestre, refletindo uma deterioração no sentimento do consumidor que está dificultando a atração de clientes nos restaurantes.

As vendas nas mesmas lojas caíram 3,6% nos Estados Unidos, de acordo com um comunicado na quinta-feira (01), principalmente devido a um declínio no número de clientes.

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É a maior queda no mercado doméstico da rede desde o segundo trimestre de 2020, quando a pandemia manteve os clientes em casa.

As ações caíram cerca de 1% às 7h31 no pré-mercado em Nova York. Os papéis avançaram 10% até agora no ano até o fechamento de quarta-feira (30), contra uma queda de 5,3% para o índice S&P 500 no mesmo período.

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Os resultados sugerem que o foco do McDonald’s em opções de cardápio acessíveis, juntamente com ofertas temporárias, não foi suficiente para ajudar os clientes a superar a ansiedade provocada por uma guerra comercial que já levou a preços mais altos para alguns produtos.

Fonte: Empresa

A queda no sentimento do consumidor também contribuiu para os fracos resultados da Chipotle e da Starbucks. O McDonald’s havia alertado anteriormente que os clientes de baixa renda estavam sob pressão.

Os consumidores “estão lutando contra a incerteza”, disse o CEO Chris Kempczinski no comunicado da empresa. Mesmo assim, o McDonald’s está confiante de que pode “navegar até mesmo nas condições mais difíceis do mercado e ganhar market share”, acrescentou.

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As vendas globais em estabelecimentos abertos há pelo menos 13 meses caíram 1% em relação ao ano anterior, perdendo a estimativa média dos analistas consultados pela Bloomberg. O lucro por ação, excluindo alguns itens, ficou mais ou menos em linha com as expectativas.

A fraqueza no Reino Unido prejudicou os resultados de uma das divisões internacionais da empresa.

Na unidade internacional do McDonald’s, as vendas nas mesmas lojas aumentaram 3,5%, impulsionadas pelo crescimento no Oriente Médio e no Japão.

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Os resultados desse segmento foram prejudicados há um ano, em parte devido aos boicotes contra as marcas americanas após a eclosão da guerra entre Israel e Hamas. O negócio provavelmente será afetado até que o conflito termine, alertou o McDonald’s na quinta-feira em um documento regulatório.

A rede disse que as comparações com 2024, quando fevereiro teve um dia a mais por ser um ano bissexto, prejudicaram as vendas comparáveis do primeiro trimestre.

A receita, que consiste nas vendas de restaurantes operados pela empresa e taxas de restaurantes franqueados, ficou abaixo do esperado por Wall Street.

Os analistas reduziram suas expectativas em relação às vendas e aos lucros do McDonald’s antes da divulgação dos lucros do primeiro trimestre, uma vez que fatores como o mau tempo e o aperto no cinto mantiveram os clientes afastados.

Dados de terceiros sugerem que as tendências melhoraram em abril, graças, em parte, ao lançamento de uma refeição Minecraft por tempo limitado. Alguns analistas estão otimistas de que novos produtos, como as tiras de frango McCrispy e o retorno dos Snack Wraps, poderão impulsionar as vendas no futuro.

O McDonald’s manteve seu guidance para o resto do ano, de acordo com um documento. A empresa ainda espera despesas de capital entre US$ 3 bilhões e US$ 3,2 bilhões, bem como uma margem operacional na faixa de 40%, entre média e alta.

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