Wilson, do Morgan Stanley, vê novo risco para o mercado de ações dos EUA

Estrategista diz investidores devem se preparar para decepção com aumento dos lucros após rebaixamento dos EUA pela Fitch e disparada dos yields

Estrategista é considerado um dos mais pessimistas de Wall Street
Por Sagarika Jaisinghani
07 de Agosto, 2023 | 11:52 AM
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Bloomberg — O gasto público elevado dos Estados Unidos, que balizou o crescimento econômico este ano, é insustentável e isso representa um risco para as ações, segundo Michael Wilson, do Morgan Stanley (MS).

O estrategista – considerado um dos mais pessimistas de Wall Street – disse que o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Fitch e a disparada dos yields sugerem que “os investidores devem se preparar para uma possível decepção” com o crescimento da economia e dos lucros.

Wilson reconheceu recentemente que errou em sua visão pessimista para 2023 à medida que os múltiplos de preços das ações americanas continuaram a subir.

Parte do erro se deve a um impulso fiscal que “voltou com tudo e permaneceu bastante forte em 2023 – algo que não levamos em consideração em nossas previsões”, disse. Os EUA raramente tiveram déficits tão grandes quando a taxa de desemprego estava tão baixa, acrescentou.

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O downgrade da Fitch refletiu os limites desta política fiscal frouxa.

Enquanto isso, o crescimento foi impulsionado por uma ampliação do déficit federal, com um aumento de gastos em infraestrutura, economia verde e fabricação de semicondutores.

Se os gastos forem reduzidos devido a custos políticos ou de financiamento mais altos, a baixa dos lucros que começou no ano passado deve se acentuar, pressionando o crescimento das receitas das empresas, escreveu Wilson.

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Valuations das ações dos EUA estão bem acima da média e Wilson diz que o aumento das taxas pode colocar isso em riscodfd

O índice S&P 500 acumula alta de cerca de 17% este ano, com os investidores até recentemente focados na queda da inflação e em dados econômicos robustos, em vez de uma queda nos lucros corporativos.

Mas na semana passada, o S&P 500 caiu e os rendimentos dos títulos do Tesouro americano subiram, depois que a Fitch cortou a classificação de risco do país diante do aumento da emissão de dívida para lidar com a alta do déficit público.

Embora os economistas tenham reduzido suas expectativas de recessão nos EUA, estrategistas como Michael Hartnett, do Bank of America (BAC), alertaram que a possibilidade de uma contração econômica permanece alta à medida que o Federal Reserve aperta as condições de crédito.

Os riscos para os lucros corporativos também persistem. Os estrategistas do JPMorgan disseram que a deterioração da atividade econômica desafia as projeções dos analistas de que uma recessão de lucros terminaria no terceiro trimestre.

-- Com a colaboração de Farah Elbahrawy.

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