Wilson, do Morgan Stanley, alerta ao que será crucial olhar em balanços do 2º tri

Bancos de Wall Street dão o pontapé inicial na temporada de resultados nesta sexta-feira (14), e estrategista diz que não são esses números que vão importar

Michael Wilson, estrategista-chefe de ações e CIO do Morgan Stanley
Por Sagarika Jaisinghani
10 de Julho, 2023 | 11:15 AM

Blommberg — A nova temporada de balanços corporativos referentes ao segundo trimestre não deve impulsionar ganhos adicionais no mercado acionário dos Estados Unidos. A avaliação é de Michael Wilson, estrategista-chefe para ações e CIO (executivo-chefe de investimentos) do Morgan Stanley (MS) e considerado uma das vozes mais pessimistas de Wall Street, ampliando o consenso em torno dessa percepção já evocada por outros de seus pares.

Segundo o estrategista, desta vez os guidances (projeções) a serem anunciados pelas empresas serão mais importantes do que o normal para o movimento das bolsas, tendo em vista os elevados valuations das ações, as taxas de juros mais altas e a liquidez cada vez menor.

“Com o início da temporada de balanços corporativos do segundo trimestre nesta semana, resultados melhores do que o previsto provavelmente não serão mais ‘suficientes’ para disparar novos ganhos em Wall Street”, escreveu em relatório nesta segunda-feira (10).

O estrategista - cuja visão pessimista sobre as ações ainda não se concretizou neste ano, mas que se mostrou certeira ao longo de 2022 - disse que espera mais cortes nas projeções de lucros dos analistas para a segunda metade do ano.

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“O ponto-chave para as ações virá por meio do guidance das empresas para o último trimestre, e não pelos resultados em si.”

Michael Wilson diz que "guidance" será mais importante do que nunca nesta temporada dfd

As ações dos EUA se recuperaram no primeiro semestre de 2023 com base em lucros melhores do que o esperado e nas expectativas de que a taxa de juros teria atingido o pico, pegando a maioria dos estrategistas de Wall Street desprevenidos em suas projeções para o ano.

Uma revisão para baixo nas expectativas para os lucros, contudo, têm ganhado espaço e os investidores estão cada vez mais esperando maior volatilidade para as ações no restante do ano.

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Esse movimento pode ser visto neste começo de julho, com o S&P 500 registrando uma queda na semana passada em meio a temores de um Federal Reserve mais agressivo por mais tempo.

A última pesquisa Markets Live Pulse da Bloomberg também constatou que os participantes estão se preparando para que taxas de juros mais altas possam desencadear novas quedas no índice S&P 500 nesta temporada de resultados, que começa na sexta-feira (14).

De forma geral, os analistas esperam que os lucros do segundo trimestre tenham caído uma média de quase 9% – a maior baixa na comparação anual desde 2020, segundo dados compilados pela Bloomberg Intelligence.

Estrategistas e investidores já estão precificando novas quedas nas açõesdfd

Enquanto isso, a equipe de estratégia de ações do Goldman Sachs (GS) disse esperar que as empresas norte-americanas “atendam ou excedam o baixo patamar” estabelecido para o segundo trimestre.

Os estrategistas do banco americano consideram, no entanto, as expectativas de analistas de uma recuperação dos lucros em 2024 como “otimistas demais”.

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