S&P 500 fica perto de recorde na última sessão de 2023 e de alta anual de 25%

Em dia com liquidez reduzida, índices de Nova York operam próximos da estabilidade; no Brasil, mercados estão fechados nesta sexta-feira

Bolsa de Nova York tem o último pregão de 2023 nesta sexta-feira (Foto: Michael Nagle/Bloomberg)
Por Rita Nazareth
29 de Dezembro, 2023 | 12:15 PM

Bloomberg — A última sessão de Wall Street do ano tem as ações a caminho da nona semana consecutiva de ganhos, a mais longa sequência desde 2004.

Embora sinais de exaustão tenham surgido nos últimos dias, a falta de qualquer catalisador significativo e o volume de negociação mais baixo deixaram as ações flutuando perto das máximas históricas.

A grande ascensão entre as diversas classes de ativos desafiou todas as principais preocupações, desde a incerteza sobre a política monetária do Federal Reserve e as previsões de recessão até riscos geopolíticos. Muitos que entraram em 2023 temendo tudo isso acabaram correndo para acompanhar a alta.

“O mercado mostra sinais de fadiga e, sem dúvida, precisa consolidar”, disse Quincy Krosby, estrategista global-chefe da LPL Financial. “Mas [...] o sentimento otimista deve impulsionar os índices enquanto eles navegam por cenários geopolíticos e domésticos, e há um consenso geral positivo de que 2024 será um ano igualmente forte.”

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O S&P 500 negocia nesta sexta a poucos passos de sua máxima histórica de 4.796,56 pontos de janeiro de 2022. Impulsionado pelo boom da inteligência artificial e por um sentimento de FOMO (“medo de ficar de fora”, em inglês), o benchmark de ações dos EUA subiu cerca de 25% em 2023, enquanto o Nasdaq 100 caminha para o melhor ano desde a era das empresas “ponto com” nos anos 2000.

Perto do meio-dia no horário de Brasília, o S&P 500 subia 0,10%, aos 4.788 pontos. O Nasdaq Composite avançava ainda menos, ou 0,05%, no mesmo horário.

Os títulos do Tesouro caíram mais uma vez após ganhos sólidos nas últimas semanas. O fechamento recomendado para títulos em dólares americanos é às 14h desta sexta no horário de Nova York (16h no horário de Brasília). O dólar estava prestes a ter seu pior ano desde o início da pandemia.

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Dados-chave de inflação endossando uma narrativa crescente de que os bancos centrais vão aliviar agressivamente a política monetária em 2024 impulsionaram ganhos sólidos tanto para as ações quanto para os títulos nos últimos dois meses. A alta também foi impulsionada pela guinada mais dovish do presidente do Fed, Jerome Powell, na reunião de política monetária de dezembro.

“A tese de que os principais bancos centrais certamente fizeram o suficiente para conter a onda inflacionária de 2022-2023 está impulsionando a alta”, disse Brian Barish, diretor de investimentos da Cambiar Investors.

“Não é difícil imaginar novas preocupações para o mercado, como eleições [presidenciais nos EUA], os consideráveis requisitos de financiamento de títulos do governo dos EUA e/ou qualquer noção de que a inflação ressurja. Mas, por enquanto, não há muitas notícias e não muitos vendedores.”

Os mercados de ações subiram tão rapidamente que estão altamente vulneráveis a uma correção se a economia dos EUA entrar mesmo em uma recessão leve, de acordo com a gestora de fundos do Royal Bank of Canada.

As chances de tal desaceleração ainda estão em torno de 70%, segundo o economista-chefe da RBC Global Asset Management. Cortes nas taxas são prováveis em 2024, mas a economia global ainda não absorveu totalmente o impacto de quase dois anos de aperto monetário, disse o economista da RBC, Eric Lascelles, em uma entrevista.

“O que está embutido é um salto significativo nos lucros, o que só é realmente alcançável em um cenário de pouso suave”, disse Lascelles.

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