Real segue ‘profundamente subvalorizado’, apontam analistas do Bank of America

Segundo o banco de Wall Street em relatório, a despeito da alta da moeda brasileira desde o começo do ano, ainda há espaço para esse movimento continuar dada a média histórica

Moeda brasileira se distanciou do patamar próximo de R$ 6,30 que chegou a alcançar na virada de 2024 para 2025
08 de Agosto, 2025 | 03:27 PM

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Bloomberg Línea — O real continua “profundamente subvalorizado”, de acordo com uma nova análise Bank of America (BofA), um dos principais bancos de investimento de Wall Street.

Em um relatório publicado recentemente, a instituição financeira considerou que “o real está mais de 15% abaixo de sua média de longo prazo em termos reais ponderados pelo comércio”.

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Embora o estudo reflita uma supervalorização de moedas latino-americanas como um todo, esse não é o caso do Chile e do Brasil.

Atualmente, o dólar no Brasil tem oscilado em torno de R$ 5,42, embora nas semanas entre o fim de 2024 e início de 2025 tenha chegado a R$ 6,29.

No entanto, mesmo com a queda recente do dólar no Brasil e dada uma perspectiva histórica, o real parece ter espaço para subir.

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Visão construtiva

“As moedas latino-americanas subiram mais de 5% em relação ao dólar americano neste ano, passando de uma subvalorização de 3,2% para uma supervalorização de 2,2% em relação às médias pós-2015″, aponta a equipe de research do BofA.

Os mesmos analistas dizem que mantêm uma visão positiva sobre o real brasileiro e o peso chileno, ambos ainda “subvalorizados”.

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“O Brasil continua a oferecer fortes retornos reais, e o Chile, a se beneficiar de possíveis investimentos corporativos após as eleições”, escrevem.

As novas tarifas de 50% anunciadas por Trump ao Brasil incluem cerca de 700 exceções para as principais exportações, como suco de laranja, minério de ferro e aeronaves, o que limita o impacto sobre o crescimento e o comércio.

O ponto de atenção, na visão de analistas do banco de Wall Street, é que a disputa comercial com os Estados Unidos continue a aumentar a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que mudaria o cenário político para 2026.

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No entanto não há uma posição uniforme sobre a questão, com alguns estudos que preveem um golpe para a economia do Brasil sentido ao longo do tempo.

“As tarifas dos EUA terão impactos negativos significativos no comércio de longo prazo do Brasil“, disse a Oxford Economics em um relatório.

“Apesar da economia relativamente fechada e bem diversificada do Brasil, o país não escapará ileso”, disse Felipe Camargo, economista-chefe da empresa.

“Nossa projeção de base atual estima uma queda de 5% nas exportações reais do Brasil e um declínio de 10% na competitividade comercial em comparação com as tendências pré-tarifárias até 2040″, apontaram.

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