Bloomberg Línea — O real continua “profundamente subvalorizado”, de acordo com uma nova análise Bank of America (BofA), um dos principais bancos de investimento de Wall Street.
Em um relatório publicado recentemente, a instituição financeira considerou que “o real está mais de 15% abaixo de sua média de longo prazo em termos reais ponderados pelo comércio”.
Embora o estudo reflita uma supervalorização de moedas latino-americanas como um todo, esse não é o caso do Chile e do Brasil.
Atualmente, o dólar no Brasil tem oscilado em torno de R$ 5,42, embora nas semanas entre o fim de 2024 e início de 2025 tenha chegado a R$ 6,29.
No entanto, mesmo com a queda recente do dólar no Brasil e dada uma perspectiva histórica, o real parece ter espaço para subir.
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Visão construtiva
“As moedas latino-americanas subiram mais de 5% em relação ao dólar americano neste ano, passando de uma subvalorização de 3,2% para uma supervalorização de 2,2% em relação às médias pós-2015″, aponta a equipe de research do BofA.
Os mesmos analistas dizem que mantêm uma visão positiva sobre o real brasileiro e o peso chileno, ambos ainda “subvalorizados”.
“O Brasil continua a oferecer fortes retornos reais, e o Chile, a se beneficiar de possíveis investimentos corporativos após as eleições”, escrevem.
As novas tarifas de 50% anunciadas por Trump ao Brasil incluem cerca de 700 exceções para as principais exportações, como suco de laranja, minério de ferro e aeronaves, o que limita o impacto sobre o crescimento e o comércio.
O ponto de atenção, na visão de analistas do banco de Wall Street, é que a disputa comercial com os Estados Unidos continue a aumentar a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que mudaria o cenário político para 2026.
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No entanto não há uma posição uniforme sobre a questão, com alguns estudos que preveem um golpe para a economia do Brasil sentido ao longo do tempo.
“As tarifas dos EUA terão impactos negativos significativos no comércio de longo prazo do Brasil“, disse a Oxford Economics em um relatório.
“Apesar da economia relativamente fechada e bem diversificada do Brasil, o país não escapará ileso”, disse Felipe Camargo, economista-chefe da empresa.
“Nossa projeção de base atual estima uma queda de 5% nas exportações reais do Brasil e um declínio de 10% na competitividade comercial em comparação com as tendências pré-tarifárias até 2040″, apontaram.
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