Petróleo Brent sobe acima de US$ 63 com rumores de ataque de Israel contra o Irã

“A maioria dos investidores ainda está bastante cautelosa, dadas as perspectivas econômicas e a incerteza política”, disse Joe Little, estrategista-chefe global do HSBC Asset Management em Hong Kong

Ações globais ampliam perdas com tarifaço de Trump e aversão a riscos |
21 de Maio, 2025 | 06:55 AM

Bloomberg — Os futuros dos EUA recuaram, enquanto o petróleo subiu nesta quarta-feira (21) depois que a CNN reportou informações de inteligência dos EUA que sugeriram que Israel poderia estar se preparando para um possível ataque às instalações nucleares do Irã.

O petróleo bruto Brent subiu até 1,9%. Não ficou claro se os líderes israelenses tenham tomado uma decisão final de realizar os ataques, disse a CNN, ao citar fontes que falaram sob anonimato.

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As tensões geopolíticas podem acrescentar novos ventos contrários aos mercados, que haviam se acalmado após um mês de turbulência devido à ofensiva tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump.

Os investidores estão procurando pistas sobre se os ganhos recentes das ações podem ser sustentados, mesmo com o Federal Reserve esperando para ter uma visão mais clara da economia antes de reduzir as taxas de juros.

“A maioria dos investidores profissionais ainda está bastante cautelosa, e acho que com razão, dadas as perspectivas econômicas e a incerteza política, que é extremamente alta”, disse Joe Little, estrategista-chefe global do HSBC Asset Management em Hong Kong.

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O petróleo tem estado volátil desde a semana passada devido a notícias sobre o destino das negociações nucleares entre o Irã e os EUA, o que pode abrir caminho para que mais barris retornem a um mercado que deverá ter excesso de oferta no final do ano.

Um ataque de Israel prejudicaria qualquer progresso nessas negociações e aumentaria a agitação no Oriente Médio, que fornece cerca de um terço do petróleo bruto do mundo.

O dólar perdeu terreno em relação a todos os seus principais pares, com o euro e o iene subindo para seus níveis mais altos em três semanas.

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“É claro que o dólar americano perdeu seu brilho como o ativo de reserva seguro indiscutível”, disse Richard Franulovich, chefe de estratégia cambial do Westpac Banking. Dessa forma, “esses surtos geopolíticos periódicos aparecerão com mais força nas alternativas”.

Louis, Alberto Musalem, presidente do Fed de St. Louis, disse que as tarifas provavelmente pesarão sobre a economia dos EUA e enfraquecerão o mercado de trabalho.

Musalem disse que o Fed pode dar uma “resposta equilibrada” tanto à inflação quanto ao emprego, desde que a perspectiva dos norte-americanos sobre os preços futuros permaneça ancorada na meta de 2% do banco central.

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Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (21 de maio):

– Pressão sobre o Julius Baer. O banco suíço registrou novas perdas de US$ 156 milhões com os empreendimentos imobiliários que ajudou a financiar, o que coloca uma pressão extra sobre o novo CEO, Stefan Bollinger, enquanto ele tenta estabilizar o negócio. As ações caíram até 7% nesta quarta em Zurique.

– Toyota avança em híbridos. A montadora japonesa decidiu descontinuar a versão a gasolina de seu veículo mais vendido nos Estados Unidos, e ajustou o foco para a linha de modelos híbridos. Nos três primeiros meses do ano, os veículos eletrificados representaram mais da metade das vendas combinadas.

- Mudanças no radar do TikTok. A empresa orientou sua equipe de e-commerce nos EUA a trabalhar remotamente nesta quarta (21), enquanto aguarda comunicados sobre “decisões difíceis”, segundo um e-mail ao qual a Bloomberg News obteve acesso. Pode ser um sinal de cortes de pessoal.

Ações globais 21/05/25
🔘 As bolsas ontem (20/05): Dow Jones Industrials (-0,27%), S&P 500 (-0,39%), Nasdaq Composite (-0,38%), Stoxx 600 (+0,73%), Ibovespa (+0,34%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.