Bloomberg — As ações globais recuam nesta quarta-feira (20), pressionadas pela queda das gigantes de tecnologia em Wall Street, à medida que investidores realizam lucros.
Na Europa, o Stoxx 600 recuou 0,1% após ter fechado na véspera próximo de uma máxima histórica. As ações de tecnologia caíram até 0,9% antes de reduzir as perdas.
Investidores buscaram proteção em setores defensivos, com papéis de imóveis e de utilidades entre os maiores ganhos. Na Ásia, as bolsas recuaram 0,7%.
Nos EUA, os contratos do Nasdaq 100 caíram 0,3% depois de o índice sofrer sua segunda pior queda desde abril. Os Treasuries recuaram em toda a curva, com o rendimento do título de 10 anos subindo dois pontos-base, para 4,32%. O dólar teve pouca variação.
Investidores reduziram posições em big techs diante da preocupação de que o rali desde abril avançou rápido e demais. Esse movimento será mais testado nesta semana, quando as atenções se voltam para Jackson Hole, Wyoming, onde o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deve discursar na sexta-feira, em meio a apostas crescentes de corte de juros em setembro.
“À medida que as avaliações alcançam níveis historicamente altos, traders e fundos de hedge tendem a recuar”, disse Anna Wu, estrategista de multiativos da VanEck, em Sydney. “A queda de hoje reflete cautela antes de Jackson Hole e realização de lucros.”
No Reino Unido, os mercados de dinheiro mantiveram praticamente inalteradas as apostas em cortes de juros do Banco da Inglaterra, estimando cerca de 40% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual neste ano, após a inflação subir pelo segundo mês seguido em julho. A libra avançou 0,1%.
Enquanto isso, traders se posicionam antes do discurso de Powell, com os mercados de Treasuries tratando um corte de 0,25 ponto em setembro como quase certo e precificando pelo menos mais um até o fim do ano.
Investidores aguardam para saber se Powell vai validar as expectativas atuais do mercado ou contrariá-las ao enfatizar que novos dados econômicos antes da próxima reunião de política monetária podem alterar o cenário. Eles também buscam sinais sobre como o Fed prevê o ritmo de cortes de juros ao longo de 2026.
“Se tivermos uma indicação de que estão mais inclinados a reduzir os juros, isso voltará a dar suporte ao mercado”, disse Herald van der Linde, chefe de estratégia de ações da Ásia-Pacífico do HSBC, em entrevista à Bloomberg TV.
O que dizem os estrategistas da Bloomberg...“A queda da Nvidia antes da divulgação de resultados na próxima semana é o principal fator para os investidores globais de tecnologia. Considerando o forte rali desde abril, isso parece ser um vento contrário para as ações nos próximos dias.”
— Mark Cranfield, MLIV
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (20 de agosto):
- Pressão por mais cobre.Donald Trump se reuniu com os CEOs da Rio Tinto e da BHP para discutir o projeto de cobre Resolution, no Arizona, que poderia suprir até 25% da demanda dos EUA nas próximas décadas. Apesar do apoio político, o projeto enfrenta entraves ambientais, legais e técnicos, que já o atrasam há anos.
- Tailândia como polo de entretenimento.A Netflix investiu mais de US$ 200 milhões no país em quatro anos e planeja lançar nove produções originais em 2025. Além da empresa, rivais como HBO, Universal e Warner também ampliam produções no local, atraídas por incentivos e pelo potencial de exportar conteúdo.
- Europa no horizonte da Xiaomi.A companhia planeja vender o seu primeiro carro elétrico na Europa até 2027, mesmo sob risco de tarifas de até 48% impostas pela União Europeia. A empresa aposta no SUV YU7 para sustentar sua meta de se tornar uma das cinco maiores montadoras globais nos próximos 15 a 20 anos.
🔘 As bolsas ontem (19/08): Dow Jones Industrials (+0,02%), S&P 500 (-0,59%), Nasdaq Composite (-1,46%), Stoxx 600 (+0,69%), Ibovespa (-2,10%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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©2025 Bloomberg L.P.
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