Mercados asiáticos: futuros operam em queda antes de payroll de março nos EUA

Dados de emprego no mercado americano, que saem às 9h30 de Brasília nesta sexta, podem reforçar a avaliação de que o Fed pode levar mais tempo para cortar os juros

Trading floor da Bolsa de Nova York: novo dia de queda dos principais índices de Nova York (Foto: Michael Nagle)
Por Bloomberg News
04 de Abril, 2024 | 07:36 PM

Bloomberg — As ações na Ásia estavam encaminhadas para uma queda na abertura nesta sexta-feira (5) depois de perdas nas bolsas dos Estados Unidos, à medida que as incertezas sobre as taxas de juros e as tensões geopolíticas pesavam sobre o sentimento dos investidores.

Os futuros de ações para o Japão e a Austrália recuaram. Os mercados de Hong Kong retomam a negociação após um feriado, enquanto a China continental e Taiwan estarão fechados pelo segundo dia.

O índice S&P 500 encerrou em nível 1,23% mais baixo, enquanto o índice Nasdaq 100, mais sensível às expectativas de taxas de juros, caiu 1,55% na quinta-feira (4).

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Os títulos do governo da Austrália e da Nova Zelândia tiveram um rali no início da sessão nesta sexta-feira acompanhando os ganhos dos títulos do Tesouro nas negociações em Nova York. O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos caiu quatro pontos-base para 4,31%.

Os movimentos antecipam os dados de emprego - o payroll - dos EUA em março, previstos para serem divulgados nesta sexta-feira às 9h30 (horário de Brasília), que se espera que revelem a criação de mais de 200 mil novos empregos adicionados à economia em março. Seria mais um sinal de atividade robusta que poderá levar o Fed a manter as taxas mais altas por mais tempo.

Os rendimentos dos títulos caíram em toda a curva dos EUA, depois de o presidente do Federal Reserve Bank de Minneapolis, Neel Kashkari, dizer que cortes de taxas podem não ser necessários neste ano se o progresso na redução da inflação estagnar. Ele estava entre os mais de meia dúzia de autoridades do banco central que falaram antes da divulgação dos dados de emprego de março.

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Ganhos saudáveis no emprego nos EUA provavelmente continuaram em março, enquanto o crescimento dos salários se moderou, segundo uma pesquisa da Bloomberg com economistas. Prevê-se que a criação de empregos tenha sido de pelo menos 200 mil vagas pelo quarto mês consecutivo.

O mercado prevê que o ganho médio por hora tenha aumentado 4,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, o que se confirmado, seria o menor avanço anual desde meados de 2021.

“Como sempre, o relatório mensal de empregos terá a palavra final”, disse Chris Larkin, da E*Trade, do Morgan Stanley. “Os investidores estarão procurando um número que não dê ao Fed motivo para adiar cortes de taxa, mas que também não sugira que o mercado de trabalho esteja sofrendo uma queda séria.”

Uma pesquisa realizada pela 22V Research mostra que não há um consenso claro sobre a reação do mercado ao relatório de empregos desta sexta-feira.

Entre os investidores pesquisados, 29% acham que a resposta será “risco-ativo”, 32% disseram “risco-inativo”, e 39% estão apostando em uma reação “mista/negligenciável”.

“O ganho médio por hora substituiu a criação de vagas como o indicador de trabalho mais importante”, disse Dennis DeBusschere, da 22V. “Isso é consistente com a inflação sendo a maior preocupação dos investidores.”

Investidores estão fortemente inclinados a comprar títulos do Tesouro em qualquer onda de venda resultante dos dados de emprego de março, segundo uma pesquisa realizada por Vail Hartman e Ian Lyngen, do BMO Capital Markets.

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A pesquisa apontou que 57% dos entrevistados disseram que comprariam títulos do Tesouro se eles caíssem após a divulgação do payroll de março. Se os títulos se valorizarem após o relatório, cerca de dois terços dos investidores disseram que não fariam nada.

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