IPO da Klarna em Nova York será teste de apetite de investidor por fintechs

Fintech sueca de Buy Now, Pay Later busca levantar até US$ 1,27 bilhão em oferta, com market cap que pode chegar a US$ 14 bilhões; precificação na NYSE está prevista para terça (9)

Klarna
Por Matthew Griffin - Aisha S Gani
07 de Setembro, 2025 | 09:15 AM

Bloomberg — A Klarna e alguns de seus acionistas buscam levantar até US$ 1,27 bilhão, à medida que a fintech revive uma oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Nova York (NYSE) que foi adiada no início deste ano diante da volatilidade de mercado.

A empresa sueca e alguns de seus apoiadores oferecem 34,3 milhões de ações pelo preço de US$ 35 a US$ 37 cada uma, de acordo com um registro feito na última terça-feira (2) junto à Securities and Exchange Commission.

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No topo da faixa, a empresa teria um valor de mercado de cerca de US$ 14 bilhões com base nas ações em circulação listadas no documento.

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As opções de ações e os bônus de subscrição acrescentariam um pouco mais a essa avaliação, o que representa uma melhora substancial em relação aos US$ 6,7 bilhões de valor da Klarna em uma rodada de financiamento privado em 2022, momento em que os valuations de empresas de tecnologia financeira recuaram.

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Ainda assim, a avaliação projetada da Klarna representa uma queda acentuada em relação aos US$ 45,6 bilhões em um investimento de US$ 639 milhões liderado pelo SoftBank em 2021.

A Klarna planeja oferecer 5,6 milhões de ações na operação, e os acionistas vendedores - incluindo executivos, o cofundador Victor Jacobsson, entidades relacionadas à Sequoia Capital e a Heartland do bilionário dinamarquês Anders Holch Povlsen - devem oferecer 28,8 milhões de ações.

Espera-se que a IPO tenha precificação na próxima terça, 9 de setembro, de acordo com os termos do acordo vistos pela Bloomberg News.

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O mercado de IPOs dos EUA está pronto para dar continuidade a uma série de atividades recentes nos próximos meses e pode sinalizar uma janela que, no limite, pode favorecer empresas de tecnologia da América Latina que tenham tamanho suficiente para atrair investidores.

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As ofertas iniciais levantaram US$ 24,3 bilhões neste ano, excluindo fundos fechados e outros veículos financeiros, à frente dos US$ 20,4 bilhões no mesmo período em 2024, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

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Junto com a Klarna, a Gemini Space Station, a exchange de criptomoedas liderada pelos gêmeos bilionários Winklevoss, a empresa de engenharia Legence, apoiada pela Blackstone, e a Black Rock Coffee Bar deram início ao marketing formal de suas listagens na semana que passou.

A Klarna apresentou publicamente seu pedido de IPO à SEC dos EUA em março, mas interrompeu seus planos quando a guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, abalou os mercados em abril.

Outras empresas de fintech que adiaram seus IPOs inicialmente foram adiante depois, incluindo a EToro Group e a Chime Financial.

Espera-se que a Sequoia Capital tenha cerca de 22% do poder de voto após a oferta, de acordo com o registro.

Impulso do banco digital

Fundada em Estocolmo, a Klarna ganhou destaque como provedora de Buy Now, Pay Later, um modelo semelhante ao crediário que cresceu em popularidade durante um boom de compras online nos anos de pandemia.

Sob o comando do CEO Sebastian Siemiatkowski, a empresa tem realizado um esforço para se tornar um banco digital global, com o objetivo de conquistar clientes para cartões de débito e outros produtos.

As ações da rival Affirm Holdings subiram 45% neste ano.

Embora a Klarna seja mais conhecida por seus empréstimos de curto prazo, ela vem expandindo a oferta de seu produto de “financiamento justo”, que permite que os clientes paguem itens de maior valor em um período de tempo mais longo.

Por enquanto, esses empréstimos correspondem a cerca de 2% do total de transações da Klarna.

A empresa espera que essa participação cresça depois que o número de comerciantes que oferecem empréstimos de financiamento dobrou nos últimos dois anos.

A Klarna foi obrigada a registrar provisões maiores para possíveis perdas de crédito nos empréstimos de longo prazo, o que pesou sobre seus resultados nos últimos trimestres.

A empresa advertiu no relatório divulgado que espera que a expansão do produto de financiamento justo tenha um impacto negativo de curto prazo sobre os resultados.

A empresa teve um prejuízo líquido de US$ 153 milhões sobre uma receita total de US$ 1,52 bilhão nos seis meses encerrados em 30 de junho, em comparação com um prejuízo líquido de US$ 38 milhões sobre uma receita total de US$ 1,33 bilhão no período correspondente do ano anterior, de acordo com o documento.

A coordenação da oferta está sendo liderada por Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Morgan Stanley e lista 11 outras empresas, segundo o documento.

A Klarna planeja ser listada na NYSE com o ticker KLAR.

-- Com a colaboração de Bre Bradham.

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