Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) estendeu as perdas nesta quarta-feira (3) sob efeito da queda do preço do petróleo no mercado internacional e da preocupação de investidores sobre o impacto da Lei Magnitsky a bancos brasileiros.
O principal índice da bolsa brasileira encerrou o pregão em queda de 0,34%, aos 139.864 pontos, marcando o terceiro recuo consecutivo. O dólar comercial (USDBRL) também cedeu e fechou negociado a R$ 5,45, com recuo de 0,26%.
Investidores repercutiram a queda do preço do petróleo diante das perspectivas de um novo aumento da produção pela Opep+ em reunião que deve ocorre no fim de semana.
Os papéis da Petrobras sentiram os efeitos e tiveram queda. As ações ordinárias (PETR3) recuaram 1,06%, enquanto as preferenciais (PETR4) perderam 0,86%. A petroleira Brava Energia (BRAV3) perdeu 2,97%, e ficou entre as maiores baixas do índice no dia.
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As ações dos bancos brasileiros, com participação relevante no índice, também registraram perdas com a notícia de que as instituições receberam questionamentos do Departamento do Tesouro dos EUA sobre a aplicação das sanções previstas na Lei Magnitsky.
As sanções financeiras foram aplicadas pela Casa Branca ao ministro Alexandre de Moraes com base na lei diante do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Segundo o jornal Valor Econômico, o ofício do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac) é um texto padrão que questiona sobre ações tomadas, mas não entra em detalhes nem indica se as instituições brasileiras estariam cumprindo ou não com as sanções.
As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) recuaram 0,87% e foram uma das principais influências negativas em volume. O BTG Pactual (BPAC11) perdeu 0,45% e o Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,69%. O Santander Brasil (SANB11) e o Bradesco (BBDC4) fecharam perto da estabilidade.
Ainda na ponta negativa, as ações da Ambev (ABEV3) caíram 2,14% depois que dados de produção industrial de bebidas mostrarem uma queda de 15% nos volumes produzidos em julho em relação ao ano passado, de acordo com o IBGE. O segmento de bebidas é composto 90% por cerveja.
Entre as altas, ações da Cosan (CSAN3) subiram 8,00% depois de analistas do Bank of America (BofA) reiterarem a recomendação de compra do papel, dizendo que a empresa tem uma história única de recuperação e desalavancagem.
Os ganhos se refletiram também nos papéis da Raízen (RAIZ4), produtora de açúcar e etanol controlada pela Cosan e a Shell, que subiram 4,96%.
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), a Motiva (MOTV3), a B3 (B3SA3) e a C&A Brasil (CEAB3) também tiveram ganhos e lideraram entre as maiores altas do dia.
Estados Unidos
Já nos Estados Unidos, os principais índices de Nova York tiveram ganhos com os investidores reforçando a perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve.
Dados de emprego dos EUA mostraram um mercado de trabalho menos aquecido, o que favorece o afrouxamento monetário por parte do Fed.
Em julho, a abertura de novas vagas no país atingiu o menor nível em 10 meses. As posições disponíveis caíram para 7,18 milhões no mês em relação ao dado revisado de 7,36 milhões em junho, de acordo com o relatório Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey), divulgado pela agência americana de estatísticas nesta quarta-feira (3).
Investidores agora aguardam a divulgação dos dados das folhas de pagamento (payroll) de agosto, que estão programados para sair na sexta-feira (5).
-- Com informações da Bloomberg News.
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