Ibovespa sobe e dólar cai a R$ 5,47 com tensão entre EUA e Brasil no radar

Temor sobre Lei Magnitsky segue entre as preocupações dos investidores e ações dos bancos voltam a cair em bloco, mas em menor intensidade do que na véspera

B3
20 de Agosto, 2025 | 11:24 AM

Bloomberg Línea — Após ter caído 2% no pregão anterior, o Ibovespa (IBOV) tem um dia de correção e opera em alta nesta quarta-feira (20), enquanto o dólar opera em queda.

O principal índice da B3 avança 0,28% por volta das 11h, aos 134.729. A moeda americana, por sua vez, cai 0,47%, negociada a R$ 5,47 depois de avançar a R$ 5,50 na sessão anterior.

PUBLICIDADE

O movimento da véspera ocorreu depois de o governo dos Estados Unidos contestar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que afirmou não terem aplicação automática no Brasil normas jurídicas de outros países.

Na prática, o despacho de Dino procura resguardar o ministro Alexandre de Moraes de possíveis impactos da Lei Magnitsky, que impede instituições privadas sujeitas à sua jurisdição de manter relações com indivíduos incluídos na lista de sanções.

Embora a tensão entre Estados Unidos e Brasil siga no radar dos investidores, abriu-se espaço para correção no Ibovespa e no câmbio.

PUBLICIDADE

Na bolsa brasileira, as ações dos bancos operam mistas diante das incertezas sobre a aplicação da Lei Magnitsky – porém com menor intensidade. Banco do Brasil (BBAS3) caía 0,35% por volta das 11h, após baixa de 6% na véspera.

No mesmo horário, BTG Pactual (BPAC11) recuava 0,65%, já Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) tinham altas de 0,35% e 0,11%, respectivamente. Santander (SANB11) subia 0,96%.

Leia também: BTG Pactual aposta em banco nos EUA e câmbio 24/7 para avançar em contas globais

PUBLICIDADE

No exterior, os principais índices americanos abriram a sessão pressionados pela queda das gigantes de tecnologia em Wall Street, à medida que investidores realizam lucros. Dow Jones tinha baixa de 0,12%, enquanto S&P500 e Nasda tinham baixas maiores, de 0,82% e 1,68%, respectivamente.

Para Matt Maley, da Miller Tabak, o recente declínio no setor de tecnologia pode se tornar um contratempo. Ele diz que precisaríamos ver mais continuidade de queda antes de levantar qualquer “sinal de alerta amarelo”.

“Dito isso, a ‘rotação’ entre papéis só pode ocorrer se as ações de tecnologia se mantiverem [em alto patamar]”, disse Maley à Bloomberg News.

PUBLICIDADE

“Se caírem, a única ‘rotação’ que veremos será para dos gestores tirando o dinheiro de ações e colocando em caixa.”

Os investidores aguardam ainda o simpósio anual do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de Kansas em Jackson Hole, Wyoming. O evento começa na quinta-feira (21) e o presidente do Fed, Jerome Powell, irá discursar na sexta-feira (22).

A expectativa é de sinais sobre possíveis caminhos do Fed na decisão de política monetária de setembro.

-- Com informações da Bloomberg News

Leia também

Trump amplia ofensiva por controle do Fed e pede renúncia da diretora Lisa Cook

Citi vê oportunidade adicional para carry trade com moedas emergentes

Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.