Ibovespa recua em dia de correção global após recordes; dólar sobe a R$ 5,39

Na véspera, principal índice da B3 alcançou os 150.454 pontos pela primeira vez; investidores globais estão preocupados com valuation de IA

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Bloomberg Línea — Depois de alcançar o sexto recorde consecutivo, o Ibovespa (IBOV) opera em queda nesta terça-feira (4). O movimento acompanha o recuo global, enquanto investidores questionam os altos valuations das empresas de inteligência artificial (IA).

No Brasil, o principal índice da B3 recuava 0,20% por volta das 11h, aos 150.155 pontos. Na véspera, o Ibovespa alcançou os 150.454 pontos pela primeira vez.

O dólar também segue o movimento global de apreciação e se valoriza contra o real. No mesmo horário, a moeda americana subia 0,68%, cotada a R$ 5,39.

O clima de aversão a risco foi impulsionado pelos resultados da Palantir, empresa de análise e processamento de dados. Apesar de superar as estimativas e elevar sua projeção anual de receita para US$ 4,4 bilhões, investidores ainda ficaram receosos com as expectativas para a empresa em 2026 e com seu alto valuation.

As ações da empresa avançaram mais 150% neste ano, com fechamento recorde na segunda-feira (3) a US$ 207,18. A companhia apresentava uma relação preço/vendas de 85 na última sexta-feira (31) — a mais alta do índice S&P 500.

“Com a Palantir, houve muito do movimento de ‘vender com a notícia [da divulgação do balanço]’, especialmente em ações que já haviam disparado antes dos resultados”, disse Karen Georges, gestora de fundos da Ecofi Investissements, em Paris.

“Quando os valuations estão muito altas, não é surpreendente ver reações fortes no mercado.”

O dia começou negativo para os índices americanos. O Nasdaq recuava 1,43% por volta das 11h. S&P500 caía 1,04% no mesmo horário, e Dow Jones tinha baixa de 0,56%.

No Brasil, a grande expectativa da temporada de balanços para o dia é o do Itaú (ITUB4), maior banco do Brasil, que apresenta seus números após o fechamento do mercado. A estimativa da Bloomberg é de um lucro líquido recorrente de R$ 11,78 bilhões no terceiro trimestre.

Antes da divulgação, os papéis do banco ficavam estáveis, com leve alta de 0,07% por volta das 11h.

-- Com informações da Bloomberg News

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